Um caminho para o equilíbrio entre desenvolvimento e preservação ambientalUm caminho para o equilíbrio entre desenvolvimento e preservação ambiental

Promotora Hosana Regina Freitas destaca importância de responsabilidade ambiental para empresas

DA REDAÇÃO- As mudanças climáticas têm sido um dos assuntos mais discutidos em todo o mundo. Diante da preservação dos recursos naturais, a integração da sustentabilidade nas práticas empresariais deixou de ser apenas uma tendência para se tornar uma necessidade urgente.

Na Bacia do Rio Doce, região marcada por grandes empreendimentos e tragédias ambientais como o desastre de Mariana, a adoção de modelos de negócios sustentáveis tem se mostrado um desafio e, ao mesmo tempo, uma oportunidade para empresas que buscam aliar crescimento econômico à responsabilidade socioambiental.

Para entender melhor como as empresas podem contribuir para a preservação ambiental enquanto fortalecem sua competitividade no mercado, a reportagem entrevistou a promotora Hosana Regina Freitas, coordenadora regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente da Bacia do Rio Doce. Com vasta experiência na área, a promotora destaca a importância do equilíbrio entre sustentabilidade e desenvolvimento, os benefícios do ESG e o papel do Ministério Público na fiscalização e promoção de boas práticas ambientais.

 

Promotora Hosana, qual é a importância de integrar a sustentabilidade nas práticas empresariais?

Precisamos lembrar que agir com sustentabilidade é uma forma de proteger o meio ambiente. A ideia é pensarmos em utilizar o necessário ao desenvolvimento sem causar prejuízo para as próximas gerações. A sustentabilidade e o desenvolvimento econômico estão previstos na nossa Constituição e, portanto, devemos aprender a balancear ambos na prática.

 

Como o modelo de negócios das empresas pode se beneficiar ao adotar estratégias sustentáveis, tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental?

O ESG está muito em voga atualmente. É uma sigla em inglês, para Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança). De uma forma geral, o ESG funciona como um índice que indica se o negócio está buscando maneiras de minimizar seus impactos ao meio ambiente, de construir uma sociedade mais justa e se consegue manter melhores processos de administração.

As empresas com ações de ESG correm menos riscos jurídicos, redução de custos, ganho de produtividade, fidelização, melhoria da imagem, fortalecimento da marca, acesso à linha de crédito verde, entre outros.

 

Acredita que a responsabilidade ambiental das empresas ainda é vista como uma exigência ou como uma oportunidade para inovação e competitividade?

A responsabilidade ambiental é uma dimensão da responsabilidade social das empresas, que envolve obrigações legais, éticas e morais em relação ao meio ambiente e, portanto, um diferencial.

 

A senhora acredita que a gestão de riscos nas empresas está suficientemente alinhada com questões ambientais? Quais ações poderiam ser tomadas para melhorar essa integração?

Penso que já houve um avanço quanto à responsabilidade ambiental, mas ainda é um grande desafio da maioria das empresas. Um exemplo simples que podemos citar e que ainda não é implementado em todas as frentes possíveis é o gerenciamento adequado de resíduos. As empresas devem se preocupar em separar os resíduos, buscar parcerias com cooperativas de reciclagem locais e criar campanhas de redução do uso de descartáveis.

 

Qual o papel do Ministério Público na defesa do meio ambiente, especialmente nas regiões afetadas por grandes empreendimentos econômicos, como a Bacia do Rio Doce?

O Ministério Público, com sua devida previsão Constitucional, entra como agente catalisador para fiscalizar, exigir e eventualmente responsabilizar as empresas que descumprem a legislação ambiental.

 

Quais medidas a senhora considera essenciais às empresas, para que possam atuar na prevenção de futuros desastres como a tragédia de Mariana?

Acredito que devam sempre se pautar no sentido de que estão lidando com vidas e que o meio ambiente, muitas vezes, é irrecuperável e um bem que todos nós precisamos, não só para a sobrevivência, mas para a nossa saúde e qualidade de vida.

 

De forma geral, como está a atuação das empresas na Bacia do Rio Doce em relação ao meio ambiente?

Ainda temos uma diferença em relação ao porte das empresas e áreas de atuação. Dessa forma, ainda não há uma uniformidade na forma de atuação do setor empresarial ao longo da Bacia. Mas, como informei, houve avanços em relação à responsabilidade ambiental, e ainda existe um longo caminho a percorrer.

 

Por fim, que mensagem a senhora deixaria para os empresários da região sobre a importância de adotar um modelo de negócio sustentável e responsável?

Acredito que a melhor mensagem é pensarmos no meio ambiente como essencial à sobrevivência e à sadia qualidade de vida da gente, nos nossos filhos e netos. As mudanças climáticas sentidas por todos nós expressa exatamente a forma que estamos cuidando no nosso planeta e que podemos melhorar muito ainda. Se cada um fizer a sua parte, dentro da proporcionalidade de sua contribuição e responsabilidade podemos mudar o final dessa história.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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