Um levantamento realizado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) revelou que moradores de quatro cidades do sudoeste baiano ainda sofrem os efeitos da exposição ao amianto, mesmo após quase 60 anos do fechamento da mina de São Félix, que operou entre 1939 e 1967. Entre 2 e 20 de setembro de 2024, uma equipe médica percorreu os municípios de Bom Jesus da Serra, Caetanos, Poções e Planalto, onde examinou 584 pessoas. O resultado: 66 foram diagnosticadas com Doenças Relacionadas ao Amianto (DRA). A maioria dos casos envolve exposição indireta, por meio do ambiente contaminado. A mina foi operada pelas empresas Saint-Gobain (Brasilit) e Sama (ligada à Eternit), sem medidas de contenção ambiental após o encerramento das atividades. O amianto foi usado amplamente na construção civil local, inclusive em casas, estradas e até lápides. O estudo recomenda ações imediatas, como acompanhamento médico contínuo, exames periódicos e a criação de um centro regional especializado em doenças pulmonares. Para viabilizar a ação, o MPT destinou R$ 540 mil, vindos de acordos judiciais com empresas. Apesar dos avanços, os especialistas alertam: o número de afetados pode ser muito maior, já que o total de examinados representa menos de 1% da população local.

By Daniel Wege
Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART