Ao menos quatro pessoas, dois policiais e dois civis, morreram em uma série de atentados com explosivos na Colômbia nesta terça-feira, 10. Os ataques ocorrem poucos dias após o senador Miguel Uribe Turbay, pré-candidato à presidência pelo partido Centro Democrático, ter sido baleado durante um ato público em Bogotá. Uribe está em estado grave e não tem respondido aos tratamentos médicos.
Os atentados foram registrados nos departamentos do Cauca e do Valle del Cauca. No primeiro, episódios foram relatados em El Bordo, onde um veículo explodiu às 5h20 no horário local (7h20 em Brasília) ; em Corinto, onde houve um troca a tiros e detonação de um explosivo por volta das 5h (7h em Brasília) perto da prefeitura; em Caloto, onde um membro da Polícia Nacional foi morto baleado.
Já no segundo, houve explosões em Buenaventura e em Cali, onde a escalada da violência foi ainda pior: foram realizados três ataques simultâneos contra delegacias de polícia nos bairros de Menéndez, Manuela Beltrán e Marroquín.
Os atentados explosivos seriam em homenagem ao Leider Johany Noscué Bototo, conhecido como Mayinbú, líder da Coluna Móvel Jaime Martínez das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), disse o general Carlos Fernando Triana ao site de notícias argentino Infobae. O portal afirmou que, embora 14 incidentes tenham sido informados por autoridades, ao menos 18 atentados foram relatados extraoficialmente.
+ Miguel Uribe, pré-candidato à presidência da Colômbia, é alvo de atentado a tiros em Bogotá
Estado de saúde de Uribe
Uribe, de 39 anos, é membro do partido de oposição Centro Democrático, de direita, e levou vários tiros na nuca durante um evento de campanha em um parque público no bairro de Fontibón, na capital do país. O prefeito de Bogotá, Carlos Fernando Galán, confirmou a prisão do autor dos disparos pela polícia local.
“Seu estado é extremamente grave”, afirmou o hospital Fundação Santa Fé em um comunicado, depois do político já ter passado por uma cirurgia no final de semana. “Portanto, o prognóstico permanece reservado.”
Uribe carrega um legado político de peso. É neto de Julio César Turbay, presidente da Colômbia entre 1978 e 1982, e filho de Diana Turbay, jornalista assassinada em 1991 após ser sequestrada por narcotraficantes a mando de Pablo Escobar. Apesar de seu sobrenome coincidir com o do ex-presidente Álvaro Uribe (2002–2010), com quem compartilha a filiação partidária e a linha política conservadora, não há parentesco direto entre os dois.
Ao longo de seu mandato no Senado, Miguel Uribe se consolidou como uma das principais vozes da oposição ao presidente colombiano, Gustavo Petro. Em nota divulgada nas redes sociais, o governo colombiano repudiou o ataque:
“O Governo Nacional condena de forma categórica e veemente o ataque que recentemente visou o Senador Miguel Uribe Turbay. Este ato de violência constitui um atentado não apenas à integridade pessoal do senador, mas também à democracia, à liberdade de pensamento e ao exercício legítimo da política na Colômbia.”