
Uma menina de 11 anos foi resgatada no Mediterrâneo, próximo à ilha italiana de Lampedusa, na madrugada da quarta-feira, 11. Vestindo um colete salva-vidas e agarrada a câmaras de ar de pneus, a jovem conseguiu sobreviver por três dias no mar após o naufrágio de uma embarcação que partiu de Sfax, na Tunísia, com 45 pessoas a bordo. Ela foi a única sobrevivente do desastre.
A menina, natural de Serra Leoa, contou que outras duas pessoas estavam nas águas ao seu redor, mas que “o mar as levou embora” dois dias antes. Ela também revelou que seu irmão estava entre os desaparecidos.
A ONG alemã Compass Collective, que realizava outra missão de resgate, localizou a menina ao ouvir seus gritos no escuro. “Foi uma sorte incrível ouvirmos a voz da criança apesar do motor estar ligado”, disse Matthias Wiedenlübbert, capitão do navio, que descreveu a jovem como extremamente debilitada, mas lúcida.
Após o resgate, a equipe fez buscas na área, mas não encontrou outros sobreviventes. “Depois da tempestade que durou dias, não havia esperança”, disse Wiedenlübbert. A ONG acredita que as demais 44 pessoas se afogaram.
Tragédias no Mediterrâneo
Mais de 24.300 pessoas desapareceram ou morreram na rota do norte da África para a Europa na última década. O caso reacendeu apelos para a criação de passagens seguras. “Mesmo em tempestades, as pessoas continuam arriscando suas vidas”, afirmou Katja Tempel, da Compass Collective.
Nicola Dell’Arciprete, da Unicef Itália, reiterou a necessidade de proteger as crianças. “Toda vida importa. Precisamos de rotas seguras e busca ativa de resgates”.