Setembro de 1987 ficará marcado para sempre na memória do Brasil. Em Goiânia, um acidente inesperado e devastador revelou a força invisível da radiação e trouxe à tona o maior desastre radiológico da história do País. Décadas depois, o episódio segue como um marco na evolução da medicina nuclear e na conscientização sobre segurança radiológica.
O acidente radiológico de Goiânia: contexto e impacto
O maior acidente radiológico do Brasil começou de forma inesperada. Catadores de materiais recicláveis encontraram, em um terreno abandonado, uma peça metálica que abrigava uma cápsula de césio-137, utilizada anteriormente em tratamentos de radioterapia. Ao violarem a proteção, liberaram material radioativo que contaminou pessoas, residências e o ambiente. Os primeiros sintomas entre os afetados foram interpretados como doenças tropicais, até que um físico confirmou a presença de radiação intensa. O acidente deixou um rastro de contaminação que mobilizou 112.800 pessoas para triagem no Estádio Olímpico e resultou na morte de quatro pessoas, além de impactos duradouros na saúde e no ambiente.
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Hospital Naval Marcílio Dias: protagonismo no atendimento
Quando o cenário de contaminação foi identificado, os pacientes mais graves foram levados ao Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD), no Rio de Janeiro. O hospital, já capacitado para lidar com acidentes nucleares devido a convênios firmados na década de 1980, mobilizou uma equipe multidisciplinar que garantiu a sobrevivência de 16 dos casos mais críticos. A estrutura hierarquizada e a experiência em radioproteção dos profissionais foram cruciais para evitar a contaminação das equipes de saúde. Essa resposta tornou o HNMD referência mundial no atendimento a radioacidentados e consolidou sua posição como um centro de excelência em medicina nuclear.
Avanços em segurança radiológica e medicina nuclear
O acidente de Goiânia serviu como um divisor de águas na segurança radiológica no Brasil. Antes voltados apenas para acidentes em usinas nucleares, os protocolos de emergência foram ampliados para lidar com fontes radiológicas em áreas urbanas. No Hospital Naval Marcílio Dias, a evolução tecnológica trouxe equipamentos de alta precisão, como tomografias computadorizadas específicas para avaliar a atividade metabólica celular e diagnósticos avançados em oncologia e cardiologia. Hoje, o hospital mantém sua posição de referência, garantindo treinamento contínuo de equipes e avançando na aplicação da medicina nuclear para atender tanto emergências quanto casos complexos.
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