Esta semana Portugal foi surpreendido com a chegada repentina do mau tempo. Na segunda-feira, e em grande parte do país, choveu o que não chovia há muito tempo, inundando várias zonas e provocando dezenas de ocorrências, nomeadamente na Grande Lisboa.

O mau tempo passou, mas apenas momentaneamente, esperando-se o regresso da chuva já nos próximos dias. A situação pode ser particularmente complicada nas regiões Norte e Centro, com grande parte dessas zonas em aviso laranja esta sexta-feira e ainda com aviso no sábado, embora já amarelo. De resto, esta sexta-feira apenas Évora, Beja e Faro escapam a qualquer aviso relacionado com o mau tempo.

É nesse sentido que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) dá conta de um aviso a toda a população, destacando a precipitação, por vezes forte e persisnte, o vento e a agitação marítima como as principais preocupações.

As regiões Norte e Centro serão particularmente afetadas, havendo aviso para as várias bacias hidrográficas de Portugal, nomeadamente no Douro e no Tejo, onde se espera que o caudal aumente consideravelmente, o que poderá levar a transbordos.

Nesse sentido, as autoridades esperam vários efeitos do mau tempo, alertando a população para proceder com cautela. Entre as consequências esperadas estão as seguintes:

  • Ocorrência de inundações em zonas urbanas, causadas por acumulação de águas pluviais por obstrução dos sistemas de escoamento ou por galgamento costeiro;
  • Ocorrência de cheias, potenciadas pelo transbordo do leito de alguns cursos de água, rios e ribeiras;
  • Instabilidade de vertentes, conduzindo a movimentos de massa (deslizamentos, derrocadas e outros) motivados pela infiltração da água, fenómeno que pode ser potenciado pela remoção do coberto vegetal na sequência de incêndios rurais, ou por artificialização do solo;
  • Contaminação de fontes de água potável por inertes resultantes de incêndios rurais;
  • Piso rodoviário escorregadio devido à possível formação de lençóis de água;
  • Possíveis acidentes na orla costeira, devido à forte agitação marítima;
  • Arrastamento para as vias rodoviárias de objetos soltos, ou ao desprendimento de estruturas móveis ou deficientemente fixadas, por efeito de episódios de vento forte, que podem causar acidentes com veículos em circulação ou transeuntes na via pública.

Nesse sentido, as autoridades deixam as seguintes recomendações:

  • Garantir a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais e retirada de inertes e outros objetos que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento das águas;
  • Garantir uma adequada fixação de estruturas soltas, nomeadamente, andaimes, placards e outras estruturas suspensas;
  • Ter especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas, estando atento para a possibilidade de queda de ramos e árvores, em virtude de vento mais forte;
  • Ter especial cuidado na circulação junto da orla costeira e zonas ribeirinhas historicamente mais vulneráveis a galgamentos costeiros, evitando a circulação e permanência nestes locais;
  • Não praticar atividades relacionadas com o mar, nomeadamente pesca desportiva, desportos náuticos e passeios à beira-mar, evitando ainda o estacionamento de veículos muito próximos da orla marítima;
  • Adotar uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e tomando especial atenção à eventual formação de lençóis de água nas vias rodoviárias;
  • Não estacionar veículos em zonas e garagens potencialmente inundáveis;
  • Não atravessar zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas;
  • Retirar das zonas confinantes das linhas de água, normalmente inundáveis, animais, equipamentos agrícolas e industriais, veículos e/ou outros bens para locais seguros;
  • Estar atento às informações da meteorologia e às indicações da Proteção Civil e Forças de Segurança.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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