Por Guilherme Hummel
Hiperdiagnóstico x Hipoassistência
Você está preparado para morrer por falta de diagnóstico? Pode ser que sim. Mas você está preparado para morrer por excesso de diagnósticos? Ou seja, morrer devido à quantidade de diagnósticos acumulados ao longo de um período sem acesso ao tratamento necessário. Esse acúmulo pode ser a próxima realidade que os Sistemas de Saúde terão de enfrentar: diagnósticos demais, cuidados de menos. Um mundo de hiperdiagnóstico colidindo com um sistema hipoassistencial.
Dados revelam que 47% da população mundial não tem acesso sequer às ferramentas de diagnóstico mais básicas — que, apesar de essenciais, representam hoje apenas 2% de todos os gastos com saúde. Mas, nos últimos meses, o ecossistema de saúde foi bombardeado por notícias sobre o “poder das IAs na obtenção de diagnósticos médicos”. Sua capacidade de identificar doenças em seus estágios iniciais, provendo medicina preditiva, preventiva e personalizada, é avassaladora (aproximadamente 75% dos mais de 500 algoritmos de IA aprovados pela FDA estão focados em radiologia diagnóstica). Diagnosticar é sempre um processo de entrar em vielas para ver se são becos sem saída. IA faz isso muito bem.
Veja abaixo alguns exemplos reais da expansão cambriana das IAs no campo diagnóstico:
- Modelos de IA já são usados com sucesso para prever a resistência antimicrobiana (RAM) em Salmonella não-tifóide, demonstrando alta precisão na estimativa de valores de concentração inibitória mínima (CIM).
Fonte: Saúde Business, em 10.04.2025