Salmonelose, cólera, botulismo, toxoplasmose e hepatites A e E são algumas das cerca de 200 enfermidades conhecidas como Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA). Elas são causadas por vírus, bactérias, protozoários, vírus, toxinas e substâncias nocivas, como agrotóxicos e metais pesados, e afetam 600 milhões de pessoas por ano no mundo, matando 420 mil, sendo 125 mil crianças menores de cinco anos. A prevenção, detecção e gerenciamento dos riscos de doenças que podem ser transmitidas por alimentos é tão importante que a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu o 7 de junho como o Dia Mundial da Segurança dos Alimentos. Especialista do Hospital de Doenças Tropicais (HDT-UFT/Ebserh alerta sobre riscos e formas de prevenção.
Um alimento inseguro é aquele que representa risco à saúde, por estar contaminado com agentes físicos, químicos ou biológicos. “Essa contaminação pode ocorrer desde a produção até o consumo e se tornarem nocivos. Alimentos fora da validade, mal armazenados, preparados sem higiene adequada ou que tiveram contato com superfícies ou utensílios contaminados são exemplos comuns de alimentos inseguros”, explica o nutricionista Pedro Lemos.

Essas enfermidades representam riscos consideráveis à saúde, podendo se manifestar por meio de sintomas como diarreia intensa, que pode resultar em desidratação e choque. Em situações mais graves, podem ocorrer complicações como infecções no sistema nervoso central, septicemia, endocardite (infecção no coração) e outras lesões severas, que, em alguns casos, podem ser fatais.
Para assegurar que os alimentos sejam seguros e de qualidade, é essencial adotar boas práticas de fabricação e manipulação, além de contar com a regulamentação e a fiscalização realizadas pelos órgãos de saúde, visando reduzir ao máximo o risco de ocorrência e propagação de doenças transmitidas por alimentos (DTAs). No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é responsável por estabelecer diversas Resoluções da Diretoria Colegiada (RDC), que regulamentam aspectos como o preparo, a higienização, a fiscalização, a comercialização e outras etapas do processo, com o objetivo de prevenir surtos dessas doenças.
O nutricionista Pedro Lemos dá algumas dicas para que os alimentos sejam seguros e saudáveis. “Lavar frutas, verduras e legumes com água corrente e, quando necessário, uma solução sanitizante adequada; lavar as mãos antes de manipular alimentos e manter utensílios, bancadas e equipamentos sempre limpos; separar os alimentos crus dos cozidos para evitar a contaminação cruzada; cozinhar e armazenar bem os alimentos; observar os prazos de validade e condições de embalagem e preferir os alimentos in natura ou os minimamente processados”, ensina.