Atividades da campanha eleitoral foram também suspensas

O líder do Governo de Hong Kong admitiu que as eleições para o parlamento local, marcadas para 7 de dezembro, poderão ser adiadas, após o incêndio mais mortífero da história da cidade.

“Faremos uma análise completa e tomaremos uma decisão dentro de alguns dias, com base nos interesses gerais de Hong Kong”, disse John Lee Ka-chiu, após uma reunião de emergência com dirigentes de vários departamentos governamentais.

O chefe do Executivo acrescentou que os debates entre candidatos ao Conselho Legislativo de Hong Kong que estavam marcados para hoje e sexta-feira foram adiados, sem previsão de nova data.

As restantes atividades da campanha eleitoral foram também suspensas, disse John Lee aos jornalistas.

“O Governo está empenhado em lidar com este grande desastre. A nossa prioridade agora é combater o incêndio”, sublinhou o dirigente.

“A prioridade máxima é extinguir o incêndio e resgatar os residentes presos. A segunda tarefa é tratar dos feridos, a terceira é lidar com as consequências e depois realizaremos uma investigação completa”, acrescentou Lee.

“Quanto aos outros assuntos, decidiremos o que fazer daqui a uns dias, depois de coordenarmos o nosso trabalho”, referiu o líder do Governo.

Um incêndio que deflagrou na quarta-feira em vários edifícios no complexo residencial Wang Fuk Court, localizado em Tai Po, no norte de Hong Kong, causou pelo menos 44 mortos e 68 feridos, incluindo 16 em estado crítico.

Este é já o incêndio mais mortífero da história da cidade. Em 1996, quando Hong Kong ainda era uma colónia britânica, um incêndio num edifício comercial em Jordan, na zona de Kowloon, causou 41 mortos e 81 feridos.

O corpo de bombeiros de Hong Kong disse hoje que já tinha conseguido entrar em contacto com vários das 279 pessoas que estavam inicialmente listadas como desaparecidas.

A polícia deteve três homens por suspeita de homicídio voluntário, após a descoberta de materiais inflamáveis deixados durante trabalhos de manutenção que levaram o fogo a propagar-se rapidamente.

As chamas consumiram andaimes de bambu em todos os oito edifícios do bairro social nos Novos Territórios, deixando vários moradores presos dentro dos apartamentos.

As autoridades não mencionaram até ao momento as possíveis causas do incêndio no complexo construído nos anos 80 e composto por torres com perto de 30 andares e um total de 1.984 apartamentos.

Dos cerca de quatro mil residentes, mais de 900 foram acolhidos em abrigos temporários.

O incêndio continuava hoje ativo, com mais de 700 bombeiros envolvidos no combate às chamas, além de equipas de socorro e polícia.

As autoridades de Hong Kong ativaram o sinal de alarme de incêndio para o nível 5, o mais alto em vigor na cidade.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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