Você sabia que o Brasil está entre os 11 maiores produtores de mel do mundo? De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2024, o país produziu aproximadamente 60 milhões quilogramas desse produto. No entanto, apesar da importância do mel para a saúde e para a economia, o consumo interno ainda é baixo. Além disso, está entre os alimentos mais adulterados, quando comercializados em feiras, o que levanta preocupações sobre a segurança alimentar.Diante desse cenário, a pesquisa “Qualidade e perfil botânico de méis comercializados em feiras livres no município de Itapetinga/Bahia”, realizada na Uesb, campus de Itapetinga, investigou a qualidade dos produtos apícolas comercializados em feiras livres das cidades de Itapetinga e Itororó. Coordenado pelo professor Adailton Ferreira, do Departamento de Tecnologia Rural e Animal (DTRA), o estudo revelou que 90% das amostras analisadas apresentaram contaminação, como a adição de açúcares e amidos.A adulteração do mel pode trazer riscos à saúde, especialmente para pessoas com doenças crônicas como diabetes e hipertensão. “A contaminação por amido e açúcar comercial compromete a qualidade do produto e pode trazer riscos à saúde do consumidor. Além disso, os produtores e comerciantes idôneos são prejudicados, pois precisam competir com atravessadores que comercializam produtos adulterados”, destaca o pesquisador. As amostras foram adquiridas em diferentes períodos e analisadas no Laboratório de Bromatologia e Nutrição Animal da Uesb, seguindo critérios do Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Mel. Foram feitos testes para detectar adulteração e avaliar aspectos físico-químicos, como umidade, pH e açúcares totais. “Quanto às análises exigidas pelo Ministério da Agricultura, nenhuma das amostras atendeu aos requisitos estabelecidos, ficando de fora pelo menos em um dos parâmetros”, explica Adailton.Já as amostras de pólen apícola e meliponícola foram adquiridas em cinco eventos no ano de 2024. Para esse tipo de produto, não são realizados testes de adulteração, segundo o pesquisador, apenas os parâmetros exigidos pelo Ministério da Agricultura são avaliados, como umidade, cinzas, lipídios, proteínas, açúcares totais, fibra bruta, acidez livre e pH. Das amostras analisadas, o único parâmetro que não atendeu ao requisito mínimo foi o de umidade.

By Daniel Wege
Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART