A explosão do foguete Starship da empresa aeroespacial americana da SpaceX nesta quinta-feira 6, minutos após o lançamento, levou a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) a interromper o tráfego aéreo em partes da Flórida.
O incidente – o segundo fracasso consecutivo neste ano do programa de foguetes de Elon Musk para Marte – espalhou detritos por partes do céu do Caribe e do estado americano da Flórida, forçando o desvio de vários voos e paradas temporárias em quatro aeroportos.
A agência americana que controla o tráfego aéreo suspendeu decolagens nos aeroportos de Miami, Fort Lauderdale, Orlando e Palm Beach por mais de uma hora antes de retomar as operações normais por volta das 20h desta sexta-feira, no horário local.
A FAA ativou uma área de alerta para detritos e “desacelerou brevemente as aeronaves fora da área onde os detritos do veículo espacial estavam caindo ou parou aeronaves em seu local de partida. As operações normais foram retomadas”, informou a agência, que ordenou a SpaceX a realizar uma investigação sobre o acidente.
Revés aos planos de Elon Musk
O foguete decolou da base Starbase da SpaceX em Boca Chica, no estado do Texas, nos Estados Unidos. O propulsor do primeiro estágio, de nome Super Heavy, voou de volta à Terra conforme planejado e foi coletado com sucesso no ar por um guindaste da SpaceX.
Minutos depois, a transmissão ao vivo da SpaceX mostrou o estágio superior da Starship girando descontroladamente no espaço, com vários motores do foguete desligados. A empresa então disse que havia perdido contato com a nave.
Vários vídeos postados nas redes sociais mostraram destroços em chamas cruzando os céus próximo ao sul da Flórida e das Bahamas depois que a Starship explodiu no espaço pouco depois do lançamento
O fracasso do oitavo teste da Starship ocorre pouco mais de um mês após a tentativa anterior também terminar em uma falha explosiva. Os acidentes consecutivos ocorreram em fases iniciais da missão que a SpaceX havia anteriormente superado facilmente, se tornando um enorme revés para o programa que Musk tentou acelerar em 2025.
O sistema de foguetes de 123 metros – o maior e mais poderoso do mundo – é central para os planos do bilionário de enviar humanos para Marte já na virada da década.
Explosão causada por ‘evento energético’
Em nota divulgada na noite desta quinta-feira, a SpaceX disse que a Starship sofreu um “evento energético” em sua seção traseira, que resultou na perda de vários motores.
“Isso, por sua vez, levou a uma perda de controle de atitude e finalmente uma perda de comunicações com a Starship”, disse a empresa. “O contato final com a Starship ocorreu aproximadamente 9 minutos e 30 segundos após a decolagem.” A SpaceX assegura que não havia materiais tóxicos entre os destroços.
A Starship tinha como objetivo fazer uma órbita quase completa ao redor da Terra e reentrar sobre o Oceano Índico, simulando uma sequência de pouso que a SpaceX pretende realizar em breve como uma próxima e importante fase do desenvolvimento do foguete.
O foguete Starship foi projetado para ser totalmente reutilizável e é considerado essencial para a visão de longo prazo de Musk de colonizar Marte.