Dois petroleiros russos naufragaram na costa russa do Mar Negro, no último domingo, 15, contaminando uma grande extensão do litoral. O vazamento de toneladas de óleo pesado, conhecido como mazut, formou uma mancha de 30 km no mar e já afetou cerca de 60 km de praias da região russa de Krasnodar, perto do Estreito de Kerch, entre a Rússia continental e a Crimeia ocupada, segundo levantamento feito nesta quarta-feira.
Os navios, Volgoneft 212 e Volgoneft 239, transportavam milhares de toneladas de combustível quando enfrentaram ventos de até 70 km/h durante uma tempestade. De acordo com a empresa de segurança marítima Ambrey, um dos navios era da época soviética.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, condenou “mais um desastre ambiental causado pela negligência russa”. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram praias enegrecidas, aves marinhas cobertas de óleo e ondas carregando resíduos tóxicos para a costa. Segundo o Greenpeace Ucrânia, já foram registradas mortes de animais e uma situação de emergência foi declarada em diversas cidades afetadas.
Em um discurso à Força Expedicionária Conjunta, uma aliança militar do norte da Europa liderada pelo Reino Unido, que se reuniu na terça-feira na capital da Estônia, Tallinn, Zelensky pediu à comunidade internacional sanções contra a frota russa, destacando que essas embarcações são usadas para financiar a guerra no país. “Esses navios velhos e mal conservados jamais deveriam estar em operação, especialmente sob condições climáticas tão severas”, afirmou.
Enquanto isso, os esforços de limpeza enfrentam dificuldades devido ao clima adverso, com tempestades e ventos contínuos. “O trabalho para remover o óleo está sendo prejudicado pelo mau tempo, e não sabemos quanto tempo levará para limpar a costa”, disse Veniamin Kondratiev, governador da região de Krasnodar.
“O clima está tornando a situação mais difícil, a tempestade no mar não está parando, então é difícil prever quanto tempo levará para limpar completamente a costa”, disse.