A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente de Goiás (Dema) investiga um vazamento de chorume no aterro privado da CTR Metropolitana Serviços Ambientais, em Aparecida de Goiânia. A equipe de fiscalização detectou o resíduo, resultante da decomposição do lixo, em um afluente do Ribeirão Santo Antônio, o que levantou preocupações sobre contaminação ambiental.
No dia 13 de fevereiro, uma equipe da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) esteve no local para inspecionar a situação. Em conjunto com a Polícia Civil, as equipes adotaram medidas para conter o vazamento.
A denúncia ganhou repercussão após a divulgação de imagens do aterro nas redes sociais. De acordo com um engenheiro ambiental, que preferiu não se identificar, há evidências de falhas na gestão do chorume. Conforme ele explica, nas gravações é possível observar uma pilha de lixo recém-depositado e, ao lado direito, uma vala que aparenta estar limpa e impermeabilizada.
Estrutura do aterro
“É notável que a drenagem de chorume do maciço está direcionada para a vala, escorrendo pelos taludes”, afirmou o especialista, destacando a ausência de barreiras para impedir que o resíduo poluente atinja áreas não previstas.
Além disso, ele ressaltou que a estrutura existente não é suficiente para conter o líquido contaminante. “Se a vala estivesse adequada para a contenção e drenagem do chorume, o problema seria minimizado; no entanto, isso não ocorre”, enfatizou.
Outro ponto de preocupação é a possibilidade de contaminação do solo. “Embora o chorume pareça estar retido na cacimba, ele ainda pode contaminar a terra e o lençol freático devido à percolação”, alertou o engenheiro.
O delegado Luziano Carvalho, titular da Dema, visitou o aterro no dia 14 de fevereiro. Ele afirmou que não constatou novos vazamentos no Ribeirão Santo Antônio. No entanto, o especialista sugere que as denúncias podem ter levado ao redirecionamento do controle do chorume do lago para o ponto de deposição de resíduos.
“Embora a situação esteja minimizada ao ser confinada, isso não elimina a irregularidade e o crime ambiental”, concluiu o engenheiro.
Leia também: Perícia vai apontar se vazamento de chorume em Aparecida foi acidental ou intencional