Abastecimento está interrompido pela terceira vez em três semanas em Guaramirim; análises apontam origem do problema

O abastecimento de água em Guaramirim, no Norte catarinense, foi interrompido nesta terça-feira (12) por contaminação no rio Itapocuzinho. A medida afeta inicialmente os bairros Avaí, Amizade e Centro, mas pode se estender a outras regiões ao longo do dia.
Segundo o IMA (Instituto do Meio Ambiente), uma empresa de Jaraguá do Sul, cidade vizinha, terá as atividades suspensas por ser apontada como provável origem do problema. É a terceira paralisação em três semanas pelo mesmo motivo.
“Temos uma indústria em particular em Jaraguá do Sul que vamos fazer a suspensão das atividades até que comprovem que o sistema deles é eficaz”, informou o fiscal do IMA Jefferson Hernandez.
O que tem no rio contaminado?
De acordo com a Águas de Guaramirim, a captação segue paralisada, já que os testes indicam níveis de ferro acima do permitido por lei. As análises são feitas a cada dez minutos. Não há previsão para retomada.
“Não podemos ser omissos diante de uma contaminação recorrente que está prejudicando o abastecimento de água no município”, destacou o secretário de Infraestrutura, Agricultura e Defesa Civil, Geovani Satler.
Rio contaminado: captação de água em Guaramirim foi suspensa pela terceira vez em três semanas – Vídeo: Divulgação/Águas Guaramirim/ND
Histórico de alertas
Um parecer ambiental da Fujama (Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente), emitido em 2020, já apontava para a provável origem da contaminação, com níveis elevados de metais como ferro e níquel.
Na época, resíduos acumulados no leito de córregos que deságuam no Itapocuzinho, agravados por chuvas fortes e ausência de rede de esgoto, levaram à suspensão da captação.
Níveis de ferro acima do permitido provocaram nova paralisação no abastecimento – Vídeo: Divulgação/Águas Guaramirim/ND
IMA vai inspecionar área de empresa suspeita de causar contaminação – Vídeo: Divulgação/Águas Guaramirim/ND
Força-tarefa
Em nota, a Fujama informou que acompanha nesta tarde fiscais do IMA, da Policia Ambiental e da Companhia Águas de Guaramirim em uma força-tarefa para tentar identificar a origem da contaminação no rio Itapocuzinho.
Segundo a Fujama, a princípio, a suspeita é de que o problema tenha origem em uma empresa que tem licenciamento emitido pelo IMA.
Na última ocorrência, registrada em 30 de julho, a fundação coletou amostras no final de julho, mas o resultado da análise tem prazo de até 20 dias para ser concluído.