Grupo adicionava substância tóxica e proibida à gasolina e ao etanol 15 de março de 2025 | 19:36
Operação prende donos de postos do Rio que adulteravam combustíveis
O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) suspendeu por três meses a análise de novos pedidos do seguro-defeso, benefício de um salário mínimo (R$ 1.518) pago a pescadores artesanais. O represamento, ocorrido no fim de 2024, deixou parte dos trabalhadores sem receber no período em que a pesca é proibida e gerou uma explosão nas concessões no início de 2025.
O salto de 35% na quantidade de parcelas no primeiro bimestre deste ano, que impulsionou um aumento de 45% na despesa com a política no mesmo período, motivou o Ministério do Trabalho e Emprego (responsável pelas políticas de seguro-desemprego) a encaminhar um ofício ao INSS cobrando explicações.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) cumpriu nesta semana seis mandados de prisão contra pessoas envolvidas em um esquema de fraude em postos de combustíveis. Cinco dos denunciados já estão presos.
A operação Bomba Baixa identificou que entre os alvos estão administradores de postos de gasolina da rede GTB, que adulteravam combustíveis com metanol, substância altamente tóxica e proibida pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
A denúncia foi oferecida à 20ª Vara Criminal da Capital contra nove pessoas por associação criminosa, corrupção ativa e passiva, e crimes contra as relações de consumo, ordem econômica, saúde pública e fraude metrológica, que é a instalação de dispositivos eletrônicos nas bombas para entregar volume menor do que o registrado. Segundo a investigação, o grupo adquiria combustíveis sem nota fiscal, corrompia agentes públicos para evitar autuações e manipulava os lacres das bombas para burlar as fiscalizações.
Entre 2017 e 2023, o grupo criminoso expandiu a rede para 60 postos de combustíveis. A investigação apontou que o capital social da GTB Brasil saltou de R$ 100 mil para R$ 3,9 milhões em apenas seis anos, o que demonstra o lucro por meio das práticas ilegais.
Metanol
De acordo com os promotores de Justiça, o metanol era misturado ao etanol e à gasolina para reduzir custos, colocando em risco a saúde e a segurança dos consumidores.
A substância é extremamente perigosa. Sua inalação ou contato prolongado pode causar cegueira, danos neurológicos e até a morte. Além disso, o metanol é altamente inflamável e sua combustão provoca uma chama invisível, dificultando o controle de incêndios.
Agência Brasil