Os filtros de cigarro foram amplamente introduzidos na década de 1950 para tornar, alegadamente, a inalação menos prejudicial ao fumador. Agora, passados setenta anos, o site jornalístico  garante que os filtros não reduzem os danos, pelo contrário, podem até agravar os problemas de saúde e aumentar, por exemplo, o risco de cancro do pulmão.




No início da década de 1950, um tipo de filtro chegou a conter amianto, recordam os autores do artigo. Apesar disso, os fumadores continuavam a acreditar que os filtros tornavam os cigarros mais seguros.

Como se não bastasse os fumadores terem sido enganados, os filtros contribuem para o desastre ambiental, defendem os autores, já que são feitos de um composto chamado acetato de celulose. E não só não são biodegradáveis como se decompõem em microplásticos, poluindo os rios e oceanos, afetando posteriormente a saúde humana.

Sob pressão, algumas empresas de tabaco comercializam agora filtros “biodegradáveis” feitos à base de outros materiais, mas segundo o The Conversation, esta não passa de uma solução falsa que cria uma ilusão de responsabilidade ambiental. Mesmo estes filtros parecem não oferecer nenhum benefício para a saúde e continuar a poluir os ecossistemas.

Os cigarros são atualmente o item mais colocado no lixo em todo o planeta e estão entre os plásticos descartáveis mais nocivos, segundo o site. Estima-se que 4,5 biliões sejam descartados a cada ano e que cerca de 800 mil toneladas desse resíduo plástico entrem no meio ambiente anualmente.

Embora a legislação da União Europeia tenha restringido o uso de plásticos descartáveis como garrafas, sacos e palhinhas, os filtros do cigarro escaparam a este regulamento. A Convenção-Quadro da Organização Mundial de Saúde para o Controlo do Tabaco desaconselha apenas medidas que sustentem a perceção da redução dos danos – como acontece no caso dos filtros.

O The Conversation defende, assim, que a solução para reduzir o tabagismo passa por proibir os filtros de cigarro e lembra que a cidade de Santa Cruz, na Califórnia, já havia votado uma legislação em 2024 para proibição o comércio dos mesmos.

Este é o mês ideal para se discutir esta proposta, uma vez que os líderes mundiais estarão em Genebra para negociar aquilo que pode ser o primeiro tratado da ONU – que aborda a poluição deixada pelas plásticos, e que vai desde a sua produção até ao descarte. O anexo X da versão atual deste tratado já aborda os filtros, mas apenas parcialmente. O mesmo não exige a eliminação total dos mesmos.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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