Mais de 100 organizações ligadas à defesa dos direitos dos animais farão manifestações pelo fim da exportação marítima de animais vivos neste domingo (15). Sob o lema #NãoExporteVidas, os atos públicos acontecerão em 25 cidades de 14 estados, marcando a celebração do Dia Nacional contra a Exportação de Animais Vivos. Em Porto Alegre, a manifestação ocorre na Usina do Gasômetro, às 9h.
“A exportação de animais vivos é um triplo desastre: legal, ambiental e econômico”, afirma Patrícia Aguiar, porta-voz nacional da campanha #NãoExporteVidas, que é liderada pelo Movimento Nacional pelo Fim da Exportação dos Animais Vivos. “Esse tipo de exportação vai contra a legislação por expor os animais a maus tratos intrínsecos, desde sua saída nas fazendas, na longa jornada em navios até o abate final, de forma cruel. Além disso, não arrecada impostos, gera pouquíssimos empregos e é insalubre”, complementa.
O Brasil se mantém ativo no comércio de animais vivos para países da Europa e Oriente Médio. Para a médica veterinária Vânia Plaza Nunes, diretora técnica do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, o sofrimento infligido aos animais é inaceitável. “Os bois são embarcados em navios superlotados, onde vivem semanas em meio a fezes, urina, calor extremo e sem ventilação”, relata. “Muitos morrem durante a travessia, outros chegam mutilados. É uma realidade incompatível com qualquer princípio ético ou legal.”
Hoje, alguns projetos de lei propõem a proibição do tráfico de cargas vivas. Entre eles, o PL 2627/2025, da deputada federal Duda Salabert (PDT/MG), e o PL 3093/2021 do senador Fabiano Contarato (Rede/ES). “A exportação de animais vivos é uma prática anacrônica e cruel. É preciso colocar fim a esse modelo de comércio que envergonha o país”, afirma Salabert. No Senado, a proposta de Contarato já tramita e conta com petição assinada por cerca de 600 mil pessoas.
As manifestações do dia 15 ocorrerão em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Recife, Fortaleza, Manaus, Salvador e outras, além de Porto Alegre. Os atos vão incluir vigílias, caminhadas, performances e coleta de assinaturas para petições que pedem o fim do transporte marítimo de rebanhos.