Crotalária: risco silencioso que ameaça a pecuária, o comércio de grãos e a imagem da agricultura brasileira
Publicado quinta, 31 de julho de 2025

A presença de crotalária nas lavouras brasileiras tem gerado impactos que vão além da melhora na qualidade dos solos no campo. Considerada uma planta benéfica ao solo, através do uso como adubo verde, a crotalária quando mal manejada, pode se tornar um perigo, devido a toxidade de suas sementes na nutrição animal, bloqueando escoamento de grãos contaminados com sementes de crotalaria rumo à exportação e produção de rações.
A planta, da família das leguminosas, carrega alcaloides que são letais à pecuária — especialmente para equinos e bovinos. “Temos acompanhado o aumento de casos de contaminação em soja e milho com sementes de crotalaria, aumentando o risco de intoxicação na produção de rações, que pode causar nos animais, desde falhas reprodutivas até mortes, gerando prejuízos financeiros e emocionais aos pecuaristas”, afirma Marco Castelli, diretor comercial da Agrobom.
Mas os danos não param aí. A crotalária, quando identificada como planta daninha em cargas de grãos, pode levar à recusa de caminhões em armazéns e até mesmo à rejeição de navios nos portos. O problema, muitas vezes invisível aos olhos do produtor, levanta mais um alerta sobre as barreiras sanitárias e comerciais que pairam sobre o agronegócio brasileiro.
“Precisamos pensar e atuar como cadeia produtiva, não é momento de apontar culpados, e sim buscar soluções para o problema que é recente, pois em se tratando de manejo de solo, a crotalária é uma boa aliada do produtor, porém se não for eliminada antes de gerar sementes, se transforma em um grande problema para os consumidores de milho e soja, é algo que, se não for tratado de forma adequada todos perdemos!”
Castelli destaca que, embora os armazéns realizem rigorosos processos de limpeza e segregação de grãos, a eliminação total da contaminação por crotalária não é possível no pós-colheita. “A solução definitiva precisa vir da roça, com o manejo correto e preventivo ainda no campo”, pontua.
A Agrobom, que atua diretamente no recebimento e comercialização de grãos, e possui compromisso com a qualidade e a segurança alimentar. A empresa tem investido em campanhas de conscientização e treinamentos para levar informação ao produtor rural, mostrando que combater a crotalária é uma medida de proteção não só individual, mas coletiva — e uma forma de preservar a reputação e a competitividade do agro brasileiro no mercado internacional.