Um bebê de 1 ano, identificado como Igno Davi, faleceu nesta quinta-feira (2) em Parnaíba, litoral do Piauí, com suspeita de envenenamento. O caso é o segundo óbito registrado na mesma família, que foi hospitalizada após consumir peixes recebidos em uma doação. Na quarta-feira (1º), Manoel Leandro da Silva, de 17 anos, também morreu após apresentar sintomas semelhantes.
De acordo com o Hospital Regional Dirceu Arcoverde (HEDA), onde as vítimas foram atendidas, outras cinco pessoas da mesma família seguem internadas. Entre os pacientes, estão três crianças e dois adultos. A mãe de Igno, Francisca Maria da Silva, está em estado grave e precisou ser intubada.
A Polícia Civil do Piauí iniciou investigações para apurar as circunstâncias do caso. Segundo o delegado Abimael Silva, os alimentos consumidos pela família, incluindo o peixe doado e outros itens preparados na residência, estão sendo analisados.
“Os responsáveis pela doação se apresentaram espontaneamente e já estão sendo ouvidos. Os exames toxicológicos realizados pelo Instituto Médico Legal (IML) vão confirmar a presença de substâncias tóxicas nos alimentos consumidos pelas vítimas“, afirmou o delegado.
Ainda conforme a polícia, as amostras coletadas incluem sangue e urina dos sobreviventes, além de alimentos encontrados na casa da família. O Laboratório de Toxicologia Forense do IML, em Teresina, está conduzindo os testes.
O caso ganhou repercussão devido à conexão com uma tragédia ocorrida em agosto de 2024, quando dois irmãos de Igno, Ulisses Gabriel e João Miguel, morreram após ingerirem cajus supostamente envenenados. À época, uma vizinha foi apontada como responsável pela contaminação.
Embora ainda não haja evidências de relação direta entre os dois episódios, a semelhança nos sintomas apresentados pelas vítimas levanta suspeitas. A perícia também estuda uma possível contaminação ambiental, com coletas realizadas em uma lagoa próxima à residência.
A polícia aguarda os resultados dos exames para determinar a causa exata das mortes e os fatores que levaram ao envenenamento dos alimentos. Enquanto isso, testemunhas e familiares continuam sendo ouvidos.
Os sobreviventes permanecem em acompanhamento médico no HEDA, e o estado de saúde de alguns inspira cuidados. A tragédia segue mobilizando as autoridades e a população do município em busca de respostas.