A Air India foi advertida pela autoridade de aviação civil da Índia e pode enfrentar ações punitivas por violação de normas de segurança, especialmente no que diz respeito ao gerenciamento de fadiga e treinamento da tripulação. A informação foi revelada pela agência Reuters, que teve acesso exclusivo aos avisos enviados à companhia.
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A empresa havia relatado os problemas no mês passado à Diretoria Geral de Aviação Civil (DGCA), poucos dias após a queda de um Boeing 787 Dreamliner, em Ahmedabad, que resultou na morte de 260 pessoas, em 18 de junho, o pior desastre da última década.
Quatro notificações oficiais, datadas de 23 de julho, apontam 29 violações, entre elas:
- Falta de descanso obrigatório para pilotos;
- Treinamento em simulador abaixo do exigido;
- Ausência de qualificação para aeroportos em alta altitude;
- Voos internacionais operados com tripulação de cabine reduzida.
“Apesar das repetidas advertências e ações de fiscalização anteriores, os problemas sistêmicos no planejamento da tripulação e na governança do treinamento persistem”, diz um dos documentos obtidos pela Reuters.
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Air India respondeu que os avisos referem-se a relatórios voluntários entregues no ano passado e que manterá o compromisso com a segurança: “Continuamos comprometidos com a segurança de nossa tripulação e passageiros”, afirmou a empresa em nota.
A DGCA não se manifestou oficialmente até o momento.
Acidente sob investigação
O acidente com o voo que caiu próximo ao aeroporto de Ahmedabad colocou a Air India sob intensa investigação. Um relatório preliminar apontou que os motores da aeronave foram desligados três segundos após a decolagem, interrompendo o fornecimento de combustível. O gravador da cabine registrou os pilotos discutindo sobre quem teria acionado o corte. A causa exata ainda não foi esclarecida pelas autoridades.