O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou um novo ataque contra os talk shows, um alvo frequente das suas críticas, e contra os canais de televisão em geral, ameaçando mais uma vez retirar as suas licenças.

Trump utilizou uma linguagem particularmente hostil para exigir o cancelamento do programa de Stephen Colbert na CBS, numa mensagem publicada na noite de terça-feira, 23 de dezembro, na sua plataforma Truth Social.

A emissora “deveria tirá-lo do ar AGORA, é a única coisa humana a fazer”, exigiu o presidente, chamando o popular comediante de “desastre patético”. Utilizou o termo inglês “put to sleep”, normalmente usado para descrever o acto de sacrificar animais.

A CBS anunciou que o programa nocturno apresentado por Colbert chegará ao fim em maio.

“Se os telejornais e talk shows das emissoras são quase 100% negativos em relação ao presidente Donald J. Trump, ao MAGA (o movimento trumpista ‘Make America Great Again’) e ao Partido Republicano, não deveriam as suas valiosas licenças de transmissão ser revogadas? Eu digo que sim”, escreveu o republicano de 79 anos noutra mensagem, reiterando uma ameaça que já havia feito.

A decisão de pôr fim ao programa de Colbert levou críticos de Trump a denunciá-la como censura.

Meses antes, o presidente republicano convenceu a Paramount — empresa-mãe da CBS — a pagar 16 milhões de dólares para encerrar um processo que alegava que o programa “60 Minutes” da emissora tinha editado uma entrevista com a sua rival democrata nas eleições, Kamala Harris, para a favorecer.

No último fim de semana, a nova editora-chefe do canal, Bari Weiss, cancelou à última hora uma reportagem sobre a controversa mega-prisão em  El Salvador para onde Trump enviou imigrantes em situação irregular.

Outra emissora, a ABC, suspendeu temporariamente o talk show de Jimmy Kimmel, antes de o reintegrar e prolongar o seu contrato por mais um ano, até meados de 2027.

Trump quer transformar o panorama mediático, que, segundo ele, é caracterizado por um viés anti-conservador. Nomeou um dos seus aliados, Brendan Carr, para chefiar a agência reguladora dos media dos Estados Unidos, a Federal Communications Commission (FCC).

Recentemente, Carr gerou polémica durante uma audição no Congresso ao afirmar que “a FCC não é formalmente uma agência independente”, insinuando que as suas acções poderiam, assim, estar alinhadas com as prioridades políticas da Casa Branca.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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