O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta segunda-feira (10) a suspensão imediata do inquérito da PCRJ (Polícia Civil do Rio de Janeiro) contra as famílias que retiraram corpos na mata após a megaoperação no Rio, deflagrada nos complexos do Alemão e da Penha.
No âmbito da ADPF das Favelas (ADPF 635), Moraes deu o prazo de 48 horas para que o delegado responsável pelo inquérito forneça explicações.
Segundo informações do UOL, a 22ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro afirma que “não se trata de investigação contra familiares de mortos, mas de ordens de líderes da facção criminosa para tentar ocultar os vínculos dos mortos com a organização”.
Corpos foram retirados da mata após megaoperação no Rio
Após a megaoperação que deixou 121 mortos, o Rio de Janeiro amanheceu com cenas chocantes de dezenas de corpos enfileirados na Praça São Lucas, na zona norte da capital fluminense. O objetivo seria facilitar o reconhecimento pelas famílias.
Dezenas de corpos foram trazidos por moradores para a Praça São LucasFoto: Tomaz Silva/Agência Brasil/ND MaisNo mesmo dia, durante uma coletiva, o secretário estadual da Polícia Civil, Felipe Curi, afirmou que a retirada dos corpos da mata representaria “fraude processual”, alegando que eles teriam sido manipulados após a megaoperação no Rio.
“Esses indivíduos estavam na mata, equipados com roupas camufladas, coletes e armamentos. Agora, muitos deles surgem apenas de cueca ou short, sem qualquer equipamento – como se tivessem atravessado um portal e trocado de roupa. Temos imagens que mostram pessoas retirando esses criminosos da mata e os colocando em vias públicas, despindo-os”, disse Curi.
Secretario da Polícia Civil, Felipe Curi, indicou que seria aberta uma investigação. Agora, STF determina a suspensão do inquérito da 22ª Delegacia de Polícia do Rio de JaneiroFoto: Tomaz Silva/Agência Brasil/ND MaisSTF determina uma série de providências ao governo do RJ
Além de determinar a suspensão do inquérito da Polícia Civil relacionado a Operação Contenção, o STF estabeleceu uma série de providências ao governo estadual do Rio de Janeiro, como o envio de:
- Cópias de todos os laudos necroscópicos elaborados, incluindo registros fotográficos e coleta de projéteis.
- Relatórios de inteligência e policiais que indicavam a presença dos 51 réus alvos dos mandados de prisão, mantendo o sigilo das informações.
- Detalhes sobre as demais ações realizadas durante a megaoperação.
STF determina uma série de providências ao governo estadual do Rio de JaneiroFoto: STF/Agência Brasil/Reprodução/ND MaisAinda, de acordo com a Agência Brasil, Moraes determinou que a Polícia Militar e a Polícia Civil do Rio de Janeiro preservem todas as imagens captadas pelas câmeras corporais dos agentes que participaram da megaoperação no Rio.
*Com informações do UOL e da Agência Brasil
