[Da comunicação do Sindipetro RS, com edição da FUP]

No dia 22 de julho, dirigentes da FUP e do Sindipetro-RS, juntamente com representantes de outros sindicatos, se reuniram em Canoas (RS) para discutir uma questão de grande importância para a saúde dos trabalhadores do setor petroquímico. O objetivo da reunião foi solicitar ao senador Paulo Paim (PT) a realização de uma audiência pública no Senado Federal para debater e tentar barrar a imposição do Limite de Exposição Ocupacional (LEO) ao benzeno.

Durante o encontro, os participantes destacaram os riscos do benzeno, uma substância altamente cancerígena que representa uma ameaça real à saúde de milhares de trabalhadores. Para reforçar a urgência da causa, foi entregue ao senador um abaixo-assinado com mais de 7 mil assinaturas contrárias a adoção do Limite de Exposição Ocupacional (LEO) ao benzeno.

A mobilização reforça a mensagem de que o benzeno é extremamente perigoso: “Benzeno é pior do que veneno! O benzeno mata!”, afirmaram os trabalhadores, destacando a necessidade de proteger a saúde dos trabalhadores e evitar que limites perigosos sejam impostos sem a devida atenção aos riscos.

Essa é uma batalha importante na luta por condições de trabalho mais seguras e pela preservação da saúde de quem atua na indústria petroquímica. A expectativa é que o Senado ouça essa voz e tome as medidas necessárias para garantir a segurança de todos.

Não ao Limite de Tolerância ao Benzeno e sim ao Valor de Referência Tecnológico (VRT)!

Desde 1980, a OSHA (Occupational Safety and Health Administration – Agência do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos) e a IARC (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer) concluíram de forma científica, que não há limiar seguro a ser estabelecido para exposição a carcinogênicos. E a OMS (Organização Mundial da Saúde) não recomenda nenhum valor limite para este Agente Químico, o Benzeno.

Qualquer substância reconhecidamente cancerígena não tem qualquer limite de  exposição seguro, e os casos de morte por câncer devido à exposição direta ou indireta representam 10% dos casos de mortalidade por câncer. O VRT (Valor de Referência Tecnológico) gera maior ênfase à permanente prevenção à exposição, com as melhores tecnologias disponíveis no controle de emissões. O VRT foi estabelecido como um parâmetro de vigilância ambiental, e negociado de forma tripartite; o VRT não exclui risco à saúde.

Estabelecer qualquer Limite de Tolerância ou LEO, conforme conclusão de diversos estudos, até agora, irá permitir o aumento do câncer e das mortes por Benzeno. O Limite de Exposição Ocupacional (LEO), mesmo que seja considerado como valor de referência, enquanto estiver vigente, representa a concentração ambiental de Benzeno na qual é permitida a exposição ocupacional. Empresas que obedecerem ao LEO poderão alegar que não se responsabilizam por eventuais alterações de saúde dos(as) trabalhadores(as) expostos(as), porque este valor de concentração estaria permitido.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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