O Corpo de Bombeiros e a Marinha seguem nesta quinta-feira (25) nas buscas pelas 11 pessoas ainda desaparecidas após a queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga os estados do Maranhão e Tocantins. No primeiro dia de buscas submersas pelos desaparecidos após o desabamento, ocorrida ontem, dois corpos foram encontrados: Anísio Padilha Soares, de 43 anos, e Silvana dos Santos Rocha Soares, de 53 anos, totalizando seis mortes confirmadas.

Os corpos de Anísio e Silvana foram os primeiros a serem encontrados após o início da operação de mergulho no Rio Tocantins, realizada pelos Bombeiros do Maranhão, Pará e Tocantins, além da Marinha. Com isso, o número de mortes confirmadas em razão da queda da ponte já chega a seis. Segundo o g1, os agentes informaram que o corpo de Anísio estava em um dos caminhões que caíram no rio.

O governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), informou na última terça que um parecer técnico da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) concluiu que não há risco de contaminação da água do Rio Tocantins para consumo. Com isso, o abastecimento na cidade Imperatriz (MA), a maior da região, foi retomado.

A ponte, localizada na BR-226 e que faz a ligação entre as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), desabou na tarde do último domingo.

O resgate subaquático é realizado por 29 mergulhadores, e a Marinha utiliza um equipamento chamado SideScan Sonar. Com o uso dessa tecnologia, foi possível identificar a localização de um dos caminhões submersos, a cerca de 40 metros de profundidade.

Ponte desaba na divisa entre Tocantins e Maranhão — Foto: Reprodução/Redes sociais
Ponte desaba na divisa entre Tocantins e Maranhão — Foto: Reprodução/Redes sociais

Pelo menos três caminhões, três motos e um carro de passeio caíram no curso d’água. O governo do Tocantins informou que a operação de resgate e proteção da área foi reforçada. No momento há 52 policiais atuando na operação.

— Mobilizamos um efetivo significativo e recursos logísticos para garantir que as ações sejam conduzidas com eficiência e segurança, em apoio às comunidades afetadas e em colaboração com os demais órgãos envolvidos. Nossa presença ostensiva e a integração com outras instituições são essenciais para mitigar os impactos desse incidente e assegurar a normalidade na região — afirmou o coronel Márcio Antônio Barbosa de Mendonça, comandante da Polícia Militar do Tocantins.

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um inquérito para investigar os impactos ambientais provocados pela queda da ponte Juscelino Kubitschek. O colapso da estrutura ocasionou o vazamento de 76 toneladas de ácido sulfúrico no Rio Tocantins, proveniente dos caminhões que caíram no desabamento da via, segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O órgão público estima que o escoamento da água contaminada pode impactar até 19 municípios da região.

Segundo a ANA, os caminhões transportavam 22 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico. No mesmo dia, a Defesa Civil emitiu um alerta urgente à população das duas cidades na margem do rio, para evitarem qualquer contato com o curso da água.

Em meio ao risco de contaminação, o braço do MPF no Pará, onde fica a foz do Rio Tocantins, abriu uma investigação para análise dos danos provocados pelo incidente. O órgão público determinou a divulgação de informações, ainda que em estudos preliminares, sobre a atual situação da qualidade da água do Rio Tocantins e a análise dos impactos a curto, médio e longo prazo.

As orientações foram destinadas à Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Marabá, por onde o curso d’água passa, à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, ao Instituto Evandro Chagas, ao Museu Emílio Goeldi e à Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).

“O derramamento de ácido sulfúrico e agrotóxicos representa graves riscos à saúde das populações que vivem próximas à margem do rio Tocantins, especialmente de comunidades ribeirinhas e tradicionais, que utilizam o rio como fonte de subsistência”, disse o MPF em nota.

O caso também é investigado pela Polícia Federal (PF), que busca a responsabilidade criminal pelo queda da ponte e também a análise do potencial de dano ambiental na área. Uma equipe de cinco peritos, sendo dois engenheiros civis, dois especialistas em local de crime e um especialista em meio ambiente, foi enviada ao local.

A investigação será conduzida pelas Superintendências Polícia Federal no Maranhão e no Tocantins, que têm jurisdição sobre a área.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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