Duas associações de pilotos de companhias aéreas indianas rejeitaram nesta segunda-feira (14/07) as conclusões preliminares da investigação sobre a queda do Boeing 787- Dreamliner da Air India, ocorrida em 12 de junho no nordeste do país, e que sugerem a possibilidade de falha humana para o acidente.
Em um relatório inicial divulgado no sábado (12/07), o Escritório de Investigação de Acidentes Aéreos da Índia (AAIB) revelou que o fornecimento de combustível de aviação para ambos os motores foi cortado logo após a decolagem do Aeroporto Internacional Sardar Vallabhbhai Patel, em Ahmedabad, com direção a Londres.
Essa desconexão dos interruptores causou uma perda repentina de potência em ambos os motores. A aeronave colidiu com prédios próximos ao aeroporto, matando 260 pessoas.
O documento do AAIB não tira ainda conclusões e nem atribui responsabilidades. Muitos detalhes técnicos ainda estão sendo apurados nesse caso. Porém, o gravador de voz da cabine indicou que um piloto perguntou ao outro “por que ele cortou o combustível”, ao que o outro respondeu que “não cortou”, informou o AAIB.
Os investigadores não divulgaram a transcrição exata da conversa.
O avião caiu em uma área residencial, depois de emitir um sinal de socorro quase imediatamente antes de cair “fora do perímetro do aeroporto”, explicou a Diretoria Geral de Aviação Civil da Índia.

Associação Indiana de Pilotos de Linhas Aéreas criticou “sigilo” em torno da investigação
Eluveitie/Wikicommons
Pilotos pedem transparência na investigação
“Acreditamos que a investigação segue uma linha de presunção de responsabilidade do piloto e nos opomos veementemente a isso”, afirmou a Associação Indiana de Pilotos de Linhas Aéreas (ALPA).
A ALPA, que tem 800 membros, criticou o “sigilo” em torno da investigação e lamentou não ter se envolvida como “observadora”.
Outra organização, a Associação Indiana de Pilotos Comerciais (ICPA), afirmou estar “muito perturbada com essas especulações (…), particularmente aquelas que infundadamente sugerem a ideia de suicídio de um piloto”.
“Tal hipótese não tem fundamento no estado atual da investigação”, continuou a ICPA em resposta a especialistas que sugeriram que o desastre poderia ter sido resultado do suicídio de um piloto.
O desastre aéreo, o mais grave do mundo desde 2014, causou a morte de 241 passageiros e tripulantes do Boeing 787, além de 19 pessoas em solo.
Um passageiro sobreviveu milagrosamente.
