Entenda como o motor de um dragster Top Fuel gera uma potência absurda, queima 60 litros de combustível em uma única arrancada e precisa ser totalmente reconstruído após cada corrida

O motor de um dragster da categoria Top Fuel é o ápice da engenharia automotiva levada ao extremo. Essas máquinas são projetadas para uma única finalidade: cobrir 300 metros em menos de 4 segundos, atingindo velocidades superiores a 530 km/h. Para alcançar essa proeza, seus motores geram uma potência estimada de 11.000 cavalos.

Essa performance incrível, no entanto, tem um custo. Cada corrida é um ciclo de “autodestruição” controlada, onde o motor é levado tão ao limite que precisa ser completamente desmontado e reconstruído em menos de uma hora. Este é um olhar sobre a ciência e a mecânica por trás dos carros de corrida mais rápidos do mundo.

A arquitetura de 11.000 cavalos, o que há dentro de um motor V8 Hemi de 8.2L?

A base do motor de um dragster Top Fuel é uma versão altamente modificada do clássico motor Chrysler V8 Hemi, com 8,2 litros de cilindrada. Sua arquitetura é considerada a “geometria sagrada” das corridas de arrancada pela sua durabilidade e capacidade de fluxo de ar.

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Para forçar a entrada de ar no motor, um supercharger gigantesco é utilizado. Ele sozinho consome cerca de 1.000 cavalos de potência para funcionar e é tão violento que precisa ser preso ao motor com cintas de Kevlar. O combustível é injetado por um sistema com 42 bicos, que pulverizam uma mistura de nitrometano e metanol de forma tão intensa que ela se torna “quase sólida” antes da ignição.

O motor de um dragster que gera 11.000 cv, queima 60 litros de nitrometano em 4 segundos e se autodestrói a cada corridaO motor de um dragster que gera 11.000 cv, queima 60 litros de nitrometano em 4 segundos e se autodestrói a cada corrida

O segredo da potência extrema está no combustível: o nitrometano. Ele tem menos energia que a gasolina, mas sua grande vantagem é que possui oxigênio em sua composição. Isso permite que o motor queime até 8 vezes mais combustível para a mesma quantidade de ar, gerando 2,5 vezes mais potência.

O consumo é absurdo. Em aceleração máxima, o motor queima cerca de 4,5 litros de nitrometano por segundo. Em uma corrida de 4 segundos, o consumo pode chegar a 15 galões, o equivalente a quase 57 litros, validando a estimativa de 60 litros. Além de gerar potência, o combustível também atua como o principal agente de resfriamento do motor, que não possui radiador.

Os números da aceleração mais rápida do mundo, 530 km/h em 3,7 segundos

O desempenho de um Top Fuel é difícil de compreender. Ele acelera de 0 a 160 km/h em apenas 0,8 segundos, mais rápido que um caça lançado de um porta-aviões. A força de aceleração sobre o piloto chega a picos de 5,6 G, mais do que um astronauta sente durante o lançamento de um ônibus espacial.

As velocidades finais ultrapassam os 530 km/h na marca dos 300 metros. O recorde de velocidade atual, estabelecido por Brittany Force em abril de 2025, é de impressionantes 549,7 km/h. Esses números fazem do Top Fuel o carro de aceleração mais rápida do mundo.

A reconstrução em 40 minutos, o ciclo de “autodestruição” controlada

A expressão “autodestruição” não significa que o motor explode a cada corrida, mas que o estresse é tão extremo que ele precisa ser totalmente refeito. Após cada “puxada” de 4 segundos, a equipe tem entre 40 e 60 minutos para desmontar o motor por completo e reconstruí-lo.

Pistões, bielas, bronzinas e cabeçotes são inspecionados e, na maioria das vezes, substituídos. É uma manutenção proativa e coreografada, onde cada membro da equipe tem uma função específica. Um motor completo de Top Fuel é projetado para durar apenas de 11 a 12 corridas antes de ser inteiramente substituído.

Por que 300 metros? A mudança de segurança que encurtou a pista em 2010

O motor de um dragster que gera 11.000 cv, queima 60 litros de nitrometano em 4 segundos e se autodestrói a cada corridaO motor de um dragster que gera 11.000 cv, queima 60 litros de nitrometano em 4 segundos e se autodestrói a cada corrida

Originalmente, as corridas de arrancada aconteciam em uma distância de um quarto de milha (cerca de 402 metros). No entanto, por volta de 2010, a NHRA, principal órgão regulador do esporte, reduziu a distância oficial da categoria Top Fuel para 1.000 pés (304,8 metros).

A decisão foi motivada puramente por segurança. Os carros estavam atingindo velocidades tão altas no final da reta que se tornava extremamente perigoso conseguir pará-los a tempo. A redução da pista foi uma adaptação necessária para garantir a segurança dos pilotos diante da evolução constante do motor de um dragster.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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