Um comício realizado nesta quinta-feira (27/02) em Bukavu, no leste da República Democrática do Congo, foi alvo de ataques explosivos, que produziram dezenas de mortos e centenas de feridos.

Segundo o diário britânico The Guardian, o atentado ocorreu durante um comício organizado pelo grupo miliciano ruandês M23, que iniciou uma invasão de parte do território congolês em janeiro passado, e que tomou a cidade de Bukavu, capital da província de Kivu do Sul, há poucos dias.

O M23 é uma milícia apoiada pelo governo e Ruanda, liderado pelo presidente Paul Kagame, que tem avançado em sua invasão no território da vizinha República Democrática do Congo. Antes da conquista de Bukavu, o grupo já tinha tomado Goma, capital da província de Kivu do Norte.

O reporte do jornal britânico afirma que o comício contava com milhares de espectadores e que imagens difundidas pelas redes sociais após as explosões mostram grandes quantidades de pessoas mortas após o episódio. No entanto, ainda não há um registro oficial sobre a quantidade de mortos e feridos.

Em contato telefônico com a agência Reuters, o líder miliciano Corneille Nangaa, principal comandante da Aliança do Rio do Congo (CRA, por sua sigla em inglês), disse que o presidente da República Democrática do Congo, Felix Tshisekedi, havia ordenado o ataque, mas sem apresentar provas. Ele também assegurou que todos os membros do alto escalão do grupo estavam em segurança.

X / France 24 Afrique
Miliciando do M23 monitora fluxo de veículos em estrada na República Democrática do Congo

7 mil mortes, 7 milhões de deslocados

A CRA é uma coalizão de milícias que inclui o M23 e que é apoiada pelo governo de Ruanda. Há relatos de que suas ações no território congolês são realizadas em conjunto com tropas do exército ruandês.

O avanço do M23 na República Democrática do Congo é a mais grave escalada em mais de uma década de conflito no leste do país, e tem suas raízes no genocídio de 1994 em Ruanda e na luta pelo controle dos vastos recursos minerais presentes no território congolês.

O M23 é um dos mais de 100 grupos armados que formam parte do CRA e que lutam contra o exército congolês, com o apoio financeiro, logístico e bélico entregue pelo governo de Ruanda, além do envio de tropas do país para participar de ações conjuntas no território vizinho.

Por sua parte, o governo da República Democrática do Congo diz que Ruanda patrocina grupos milicianos da região com o objetivo de se apropriar das riquezas minerais da região.

De acordo com agências da Organização das Nações Unidas (ONU) que atuam no continente africano, a invasão do M23 às províncias do leste da República Democrática do Congo já provocou mais de sete mil mortes, incluindo um massacre no qual 163 mulheres foram queimadas vivas, além do deslocamento massivo de mais de sete milhões de pessoas.

 

Com informações de The Guardian.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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