O complexo vulcânico Planchón-Peteroa, localizado na fronteira entre Argentina e Chile, voltou a registrar aumento na atividade superficial nas últimas semanas. Segundo o Serviço Geológico Minero Argentino (SEGEMAR), o nível de alerta técnico permanece em amarelo após uma sequência de emissões de cinzas que chegaram a alturas entre 1,1 km e 2 km acima da cratera.

O primeiro episódio relevante ocorreu em 6 de novembro, quando câmeras e sensores do Observatório Argentino de Vigilância Volcânica (OAVV) detectaram uma liberação repentina de cinza e gases. A pluma atingiu aproximadamente 1.100 metros, levando as autoridades a intensificar o monitoramento da região.

Nos dias seguintes, novos pulsos foram observados. O mais recente aconteceu em 21 de novembro, às 9h56, formando uma coluna que subiu até 2.000 metros. Conforme o OAVV, o material foi transportado em direção leste-sudeste, impactando principalmente áreas próximas ao complexo vulcânico.

Especialistas explicam que o alerta amarelo não significa risco imediato de uma erupção mais forte, mas indica que o vulcão está acima de sua atividade normal. Com esse nível ativado, relatórios técnicos passam a ser divulgados quinzenalmente, acompanhando alterações sísmicas, térmicas e de emissão. Malargüe e Bardas Blancas, no Sul de Mendoza, registraram queda leve e isolada de cinzas, sem prejuízo às rotinas urbanas.

O Serviço Meteorológico Nacional destacou que a visibilidade em Malargüe permaneceu em 20 mil metros, com céu limpo.

Mesmo sem explosões, as emissões podem causar problemas, como redução de visibilidade em estradas de altitude, contaminação de água e interferência em voos. Por estar em uma zona de travessia frequente na Cordilheira, o complexo exige acompanhamento contínuo.

O geólogo Pablo Brian Forte, doutor em Ciências Geológicas do SEGEMAR, afirma que o comportamento atual está dentro do padrão histórico do Planchón-Peteroa, que costuma alternar curtos períodos de maior atividade com fases de tranquilidade. Nos três ciclos eruptivos mais recentes, o vulcão registrou pequenas explosões confinadas à cratera, algumas chegando a 3 km de altura.

Os sensores seguem captando sinais sísmicos em profundidade, indicando a possibilidade de novos pulsos de cinza. No entanto, Forte ressalta que não há evidências de ascensão de magma, o que reduz a probabilidade de uma erupção explosiva de grande magnitude ou da formação de fluxos de lava.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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