Pouco mais de uma semana após desastre que matou oito pessoas em uma queda de balão em Santa Catarina, as atividades podem ser retomadas a partir de amanhã.

O que aconteceu

Suspensão de voos de balão em Praia Grande (SC) chega ao fim hoje. A informação foi confirmada pela (Avibaq) Associação de Voo de Instrução em Balão de Ar Quente, que representa os pilotos e empresas de balonismo da região.

Associação está implementando um novo protocolo para voos. Ainda sem ofício pronto, o presidente da Avibaq, Murilo Gonçalves, disse ao UOL que o documento vai apresentar melhorias para o balonismo catarinense.

Licenças e protocolo de segurança serão revistos. Gonçalves explica que uma comissão de segurança vai avaliar todos os balões que saírem de Praia Grande.

Já temos todo o parâmetro de segurança. Fatores pontauis, como um segundo extintor, que é algo que não tinha, está sendo visto. A verificação da área de voo, uma comissão de análise meteorológica, tudo isso vai ser visto periodicamente.
Murilo Gonçalves, presidente da Avibaq

Uma comissão de pilotos experientes vai fazer a análise diária. São mais de vinte itens a serem observados, que devem respeitar as condições técnicas e meteorológicas.

O UOL tenta contato com a Prefeitura de Praia Grande para entender os termos do novo protocolo e a fiscalização da atuação. Caso haja resposta, este texto será atualizado.

Apesar da liberação, voos não devem acontecer amanhã

Pelas condições climáticas, os voos não devem acontecer em Praia Grande. A atuação das empresas de balão foram vetadas após parecer da associação que constata tempo ruim para voo na região Sul catarinense.

Praia Grande é considerada um grande polo de balonismo de Santa Catarina. São aproximadamente 30 empresas operando na cidade e cerca de oito mil voos por ano.

A queda

O balão caiu com 21 pessoas a bordo. Oito pessoas acabaram morrendo e 13 sobreviveram na queda, que aconteceu no dia 21 de junho.

Os que morreram na queda não conseguiram saltar no início do incêndio, segundo polícia. Ao perceber o início do incêndio, o piloto teria conseguido baixar o balão e, ao se aproximar do solo, ele ordenou que as pessoas pulassem e saltou do balão com elas, disse o responsável pela delegacia de Praia Grande, Tiago Luiz Lemos.

Alguns passageiros, porém, não conseguiram deixar a aeronave que, mais leve, alçou voo. No ar, quatro pessoas pularam e quatro morreram carbonizadas. Queimado, o balão caiu na comunidade de Cachoeira do Bom Jesus, em Praia Grande.

As chamas começaram no cesto do balão, por causa de um maçarico. A informação preliminar foi passada por Lemos. O delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, disse que o órgão vai apurar o que aconteceu, em conjunto com a Polícia Científica do estado. “Dia de luto”, escreveu ele nas redes sociais.

Cinco feridos foram encaminhados a hospital municipal, dois com queimaduras leves de 2º grau. Segundo o Hospital Nossa Senhora de Fátima, três mulheres e dois homens, todos com ferimentos leves, foram devidamente atendidos, medicados e já receberam alta hospitalar.

Imagens publicadas nas redes sociais registraram o momento em que o balão cai. A lona pega fogo, e o cesto se solta de uma altura considerável do chão.

O balão pertencia à empresa Sobrevoar, que diz cumprir todas as normas estabelecidas pela Anac. Em nota publicada nas redes sociais, a empresa destacou que não tinha registros de acidentes anteriores.

A polícia divulgou a lista dos 13 sobreviventes. Veja quem são eles:

  1. Elvis de Bem Crescêncio (piloto)
  2. Leciane Herrmann Parizotto
  3. Thayse Elaine Broedbeck Batista
  4. Marcel Cunha Batista
  5. Claudia Abreu
  6. Rodrigo de Abreu
  7. Victor Hugo Mondini Correa
  8. Laís Campos Paes
  9. Tassiane Francine Alvarenga
  10. Sabrina Patrício de Souza
  11. Fernando da Silva Veronezi
  12. Leonardo Soares Rocha
  13. Luana da Rocha

Investigações

Piloto e testemunhas foram ouvidas. A Polícia Cientifica de Santa Catarina reconstituiu o acidente, e periciou itens que estavam no balão durante o ocorrido.

O relatório oficial da investigação da queda deve sair em um mês. Além do inquérito da Polícia Civil, o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) também apura o caso.

A empresa Sobrevoar, que operava o balão da tragédia, terá que se explicar. O Ministério Público relatou que o balonismo é uma atividade de alto risco. Desta forma, a Promotoria exige a apresentação de: registro da empresa, certificação do balão, licença do piloto, seguro da aeronave, matrícula da aeronave e Registro Aeronáutico Brasileiro, alvarás de funcionamento e laudos de vistoria.

O UOL entrou em contato com a empresa Sobrevoar. Caso haja manifestação, este texto será atualizado.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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