Vivo Chega À COP30 com um Projeto de 30 Anos na Amazônia, diz Marina DainezeMarina Daineze, vice-presidente de Comunicação e Sustentabilidade da Vivo

Divulgação Vivo

Marina Daineze, vice-presidente de Comunicação e Sustentabilidade da Vivo

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O tempo de sustentabilidade da Vivo passou dois anos avaliando possibilidades de parceria em diferentes regiões da Amazônia. A escolha final recai sobre 800 hectares de terra devastada no oeste do Maranhãoonde uma pecuária extensiva tomou o lugar da floresta. Ali, a operadora vai plantar 900 mil árvores de 30 espécies nativas, um compromisso que se estenderá pelas próximas três décadas.

O planejamento das árvores começa em 2027 e a floresta primária estará prevista em dez anos, estimam os técnicos. “Quando se regenera uma floresta, são fragmentos reconectados que fazem com que você alimente melhor a biodiversidade. Os animais que estão ali, fragmentados nos espaços, voltam”, diz Marina Daineze, vice-presidente de Comunicação e Sustentabilidade da Vivo.

O resultado será apresentado na COP30, em Belém, neste mês de novembro. Dezenas de pessoas das comunidades próximas à área maranhense já estão preparadas para o trabalho de plantio e manutenção nesse território, que no caso foi preso e permanecerá sob gestão da Vivo. A escolha pelo oeste do Maranhão, uma região onde predomina uma extensão pecuária, tem ainda outra razão.

“Existe uma comunidade local ali. Como é que a gente se envolve para que isso tenha impacto social desde o início?” A resposta passa pela bioeconomia. Isso porque as espécies nativas escolhidas geram frutos e sementes que podem ser comercializados pelas comunidades.

De acordo com o Fórum Econômico Mundial, a bioeconomia global é estimada em US$ 4 trilhões. Olhando para o futuro, há fontes, como o relatório The Global Bioeconomy da NatureFinance, que prevê um valor ao redor de US$ 30 trilhões até 2050. Para o Brasil, somente a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), possui cerca de 100 soluções tecnológicas para as cadeias da mandioca, açaí, espécies florestais, cupuaçu, castanha da Amazônia, tambaqui, pirarucu, óleos essenciais, carne, café, guaraná, camu-camu, camarão, abacaxi e pupunha, entre outras.

Não por acaso, a executiva da Vivo diz que o projeto é para manter as florestas em pé e com a regeneração criar uma dinâmica econômica desde o primeiro dia. O Maranhão tem um dos índices de desenvolvimento humano mais baixos do país, o que torna a escolha estratégica do ponto de vista social.

Marina contou que voltou há poucas semanas da Semana do Clima de Nova York. Lá, comentaram que as discussões globais giraram em torno do Escopo 3, uma fase mais complexa da descarbonização, que envolve uma cadeia de fornecedores. Mas a Vivo já está adiantada nesse trabalho, além do que viu nesse evento. Dos 125 fornecedores mais intensivos em carbono da empresa, 87% aderiram a metas voluntárias de descarbonização por meio de um programa de consultoria comprometido pela empresa.

“As iniciativas da Vivo estão muito avançadas frente ao cenário global”, afirma. A empresa opera com 100% de energia renovável, sendo a primeira do setor no país a atingir essa marca. São 75 usinas próprias. Pelos índices Dow Jones e ISE B3, a Vivo aparece como a sexta telecom mais sustentável do mundo e lidera o ranking nacional do setor.

O caminho até a COP30 começou em agosto, com o evento Encontro Futuro Vivo, em São Paulo. A empresa reuniu Johan Rockström, diretor adjunto do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático na Alemanha, cientista sueco que comandará o pavilhão da ciência na COP30, e Carlos Nobre, climatologista brasileiro. Trouxe também o ambientalista Ailton Krenak, líder indígena e igualmente Tshai Surui. Convidou Denise Fraga para falar sobre como a tecnologia reformata relações humanas e Gilberto Gil abriu a programação. O teatro estava lotado, com fila de espera e 400 mil pessoas acessando online pela plataforma Terra.

“A gente quis sensibilizar as pessoas sobre esse olhar mais sistêmico. A COP fala sobre o clima, mas não é só sobre o clima. A gente tem que olhar para a biodiversidade, para as vozes dos povos indígenas. Que lugar a gente está dando para isso dentro daqueles está discutindo?”, afirma Marina.

A estratégia de comunicação da Vivo vem sendo construída, sendo a COP30 uma das ações que acompanham ao longo do tempo. Em novembro de 2024, Gabriel Medina surfou uma pororoca. O tricampeão mundial, embaixador da marca, gravou conteúdo sobre a conexão entre a Amazônia e outras regiões do país. Nos festivais Lollapalooza e The Town, a empresa monta espaços com povos indígenas e experiências ligadas à natureza. O DJ Alok, outro embaixador, aparece em campanhas sobre sustentabilidade distintas ao público jovem.

Metas e uma vida ligada à Vivo

Marina conta que entrou na Vivo em 2004, aos 23 anos, como estagiária. A empresa tinha um ano de vida, resultado da fusão de sete operadoras regionais. Formada em Comunicação Social pela USP, passou 21 anos na companhia. Viu a transição do 2G para o 5G, como fusões com Telefônica e GVT, uma expansão para Minas Gerais e Nordeste. Em maio deste ano, ela assumiu a vice-presidência que integra comunicação, marca, sustentabilidade, a plataforma Terra e a Fundação Telefônica Vivo.

A restrição que criou a vice-presidência partiu de uma posição: cultura corporativa e posicionamento externo não podem ser tratados separadamente. A Vivo tem 33 mil funcionários. E mantém programas de diversidade com metas ousadas para 2035: por exemplo, tem 40% de pessoas negras em cargas de liderança e 45% no quadro geral de colaboradores. O programa de trainee reserva no mínimo 50% das vagas para pessoas negras. A última turma contou com um grupo entre 56% e 60%.

Outra ponta dessa novidade é o programa Vivo Recicle, que está nas 1.800 lojas da operadora. Desde 2006, já foram coletadas 187 toneladas de lixo eletrônico. Em 2024, eram 37 toneladas. Por exemplo, a Fundação Telefônica Vivo fez uma gincana com escolas públicas que foi examinada em 29 toneladas adicionais no mesmo período. Vale registrar que o Brasil é o quinto maior produtor de lixo eletrônico do mundo e o primeiro da América Latina.

Quando questionada sobre greenwashing, Marina responde rapidamente. “A reciclagem é feita, as usinas estão funcionando, a pegada de carbono tem meta e a gente tem números e dados. É muito palpável.” Na COP30, uma A Vivo terá participação em painéis da Blue Zone. Vai apresentar o projeto de regeneração florestal, o trabalho com fornecedores no Escopo 3, como 75 usinas de energia renovável e outros casos. Marina está confiante apesar dos problemas logísticos em Belém que têm sido dominados pelas notícias. “A gente torce e está trabalhando do nosso lado para que seja uma boa COP. Que gere compromissos importantes, diálogos relevantes e uma repercussão de sensibilização para além do evento, para toda a sociedade civil.”

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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