Os vírus são organismos microscópicos desprovidos de metabolismo, o que abre um amplo debate — para o qual ainda não existe consenso — voltado a responder se eles podem ser considerados seres vivos ou não. Isso também significa que, para que possam se reproduzir, os vírus precisam obrigatoriamente parasitar as células de outros organismos, que podem variar desde bactérias até seres humanos. Nesse processo, diferentes vírus podem causar diferentes doenças, eventualmente até mesmo levando os seus hospedeiros à morte. O SARS-CoV-2, vírus causador da Covid-19, é provavelmente um dos exemplos mais memoráveis, mas está longe de ser o único: outros exemplos de doenças virais incluem a gripe comum, a gripe aviária, a febre amarela, a dengue, a Aids (ou Síndrome da Imunodeficiência Humana), a febre hemorrágica ebola, entre inúmeras outras. Mas isso quer dizer que todos os vírus são necessariamente vilões quando o assunto é saúde?

Definitivamente não.

Os chamados bacteriófagos — termo que vem do grego e significa “comedor de bactérias” — compreendem um tipo específico de vírus que, como o nome já diz, são especializados em predar bactérias. Na imagem que acompanha esta reportagem, eles estão destacados em vermelho, representados enquanto atacam um desses organismos, também microscópicos. “Os bacteriófagos (ou simplesmente fagos) são vírus que infectam única e exclusivamente as células bacterianas”, explica a professora mestra Thais Jardim Oliveira, que atua em diversos cursos da área da Saúde na Universidade de Sorocaba (Uniso). “Eles não possuem maquinaria metabólica própria, sendo por isso parasitas intracelulares obrigatórios, que necessitam de uma célula hospedeira bacteriana viável para se replicar”. Isso quer dizer que — ainda que os fagos possam gerar reações imunogênicas se forem colocados diretamente em contato com o sistema imune de um animal (ou de um ser humano) — eles são consideravelmente seguros, uma característica que os torna objeto de diversas pesquisas desenvolvidas na Uniso.

É possível usar fagos para tratar doenças causadas por bactérias, por exemplo, já que esses vírus, se inoculados num paciente acometido por uma doença bacteriana (como a pneumonia), combaterão as bactérias responsáveis pela infecção sem causar nenhum dano ao paciente em si. Mas essa não é a única aplicação possível; em sua pesquisa de mestrado, defendida em 2021 no Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade, Oliveira pesquisou a viabilidade de usar fagos para o controle da bactéria Salmonella enterica, uma das principais responsáveis por contaminações na indústria de alimentos.

Para ler a íntegra da reportagem, acesse: https://abrir.link/ggOGa 

Texto: Guilherme Profeta

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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