O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, confirmou nesta sexta-feira, 25, durante coletiva de imprensa, que a origem dos casos de sarampo registrados em Campos Lindos, está relacionada a viagens de moradores à Bolívia — país onde o vírus ainda circula de forma ativa. Segundo ele, o Brasil não possui transmissão sustentada da doença, e os episódios detectados no município são resultado de contaminações importadas.
“Moradores se deslocaram para a Bolívia, tiveram contato com contaminados, retornaram à cidade e transmitiram o vírus”, afirmou Padilha, em entrevista à imprensa. O ministro destacou ainda que a vigilância em saúde confirmou nove casos suspeitos, dos quais seis já foram identificados por exame sorológico com IgM reagente, e três foram confirmados clinicamente. Outros casos seguem em análise.
A Bolívia enfrenta surtos da doença, e o fluxo migratório sem controle vacinal contribuiu para a reintrodução do vírus. “É importante deixar claro: o Brasil não tem transmissão sustentada de sarampo. Estamos diante de casos importados e localizados, que exigem ação rápida para contenção”, reforçou Padilha.
Vigilância reforçada e vacinação em massa
Desde a notificação dos primeiros casos, o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) atuam conjuntamente com ações emergenciais no município. Uma força-tarefa foi enviada à cidade para conter o avanço da doença. Até o momento, cerca de 660 moradores estão sendo monitorados, 282 casas foram visitadas e 644 doses da vacina foram aplicadas em regime de bloqueio vacinal.
O ministro também mencionou que a cobertura vacinal ainda está abaixo do ideal em várias regiões do Brasil, incluindo o Tocantins, o que reforça a necessidade de intensificar a imunização. “A única forma de prevenir o sarampo é a vacinação. A situação atual mostra o que acontece quando há baixa cobertura vacinal associada à circulação internacional do vírus”, alertou.
Sarampo ainda é uma ameaça
O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa, que pode provocar complicações graves como pneumonia, encefalite e até a morte. Os principais sintomas incluem febre alta, manchas vermelhas na pele, tosse, coriza e conjuntivite. A recomendação das autoridades de saúde é que qualquer pessoa com sintomas semelhantes procure imediatamente uma unidade de saúde para avaliação e orientação.
As ações de vacinação continuam em Campos Lindos e nos municípios vizinhos, e a orientação do Ministério é que todas as pessoas entre 12 meses e 59 anos de idade verifiquem sua caderneta vacinal e se imunizem, caso necessário.