Ninguém defendeu 17 cadeiras na Câmara de Beltrão para que houvesse uma explosão de gastos, uma inflação de nomeações desnecessárias e um festival de viagens e diárias.


Eu não ligo para salário de agente político — prefeito,  vereador, governador, secretário, ministro, etc. —, o que incomoda são os tais penduricalhos, ou seja, o que fica à espreita como “possibilidade”. O caso polêmico em Francisco Beltrão no momento é a Câmara de Vereadores.

Quando teve o debate sobre o número de cadeiras, e foi aprovado pelos vereadores, por ampla maioria, que poderia vir a ser o escore máximo,  17 — e eu me posicionei nesse sentido também —, estava na cara que a nova legislatura seria muito fiscalizada pela sociedade. Por quê? Porque muita gente importante defendia que não se aumentasse, que ficasse nos 13 vereadores, ou até que se imitasse Pato Branco e se reduzisse para 11. Estas pessoas consideravam que 17 vereadores seria um gasto a mais sem razão de ser.

Ora, estava na cara que os atuais vereadores, a primeira legislatura com esse novo numero — 17 —, estariam sendo muito vigiados e deveriam, por isso mesmo, ter a consciência de ser exemplos regionais, e até estaduais, de bom cuidado com as contas públicas. Deveriam ser mais austeros do que os 13 anteriores, até por respeito com aqueles que defenderam que a Câmara do maior município do Sudoeste tivesse também a maior representatividade.

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Ninguém defendeu 17 cadeiras para que houvesse uma explosão de gastos, uma inflação de nomeações desnecessárias e um festival de viagens e diárias. Reclama-se que o Brasil precisaria de um choque de gestão, de um estadista corajoso — como foi Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, que mudou a cara do Brasil perante o mundo —, mas fica difícil imaginar um gigante em Brasília se na base, aqui embaixo, os pigmeus se chafurdam na exorbitância como se fossem “novos-ricos” de comédias ruins.

Coloquei no título que sou contra as diárias e contra os cursos — essa indústria maldita. Sobre isso já escrevi muitas vezes, desde o tempo que nem se falava do aumento de cadeiras. É uma afronta ter diárias e cursos. Simples assim. Em primeiro lugar, vereador sempre teve um bom salário. Se, por acaso, quisesse viajar e participar de um curso, que pagasse com seus vencimentos. Em segundo lugar, as atualizações legislativas são encaminhadas para o corpo técnico das câmaras. Existe assessoria que manja disso e está à disposição dos vereadores. Em terceiro lugar, nossos deputados sudoestinos estão pela região toda semana. Vereador não precisa viajar para encontrar ninguém. Por WhatApp pode-se marcar a reunião e o deputado recebe a reivindicação sem problema.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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