Na quarta-feira (20), duas erupções no Sol chamaram a atenção de cientistas e observadores do clima espacial. Essas explosões podem estar entre as mais marcantes do atual ciclo solar, iniciado em 2019.
O primeiro evento ocorreu na região sudeste da estrela e foi captado em detalhes pelo Observatório de Dinâmica Solar (SDO), da NASA, e pelo satélite GOES-SUVI Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA. O evento lançou uma ejeção de massa coronal (CME), confirmada pelo coronógrafo LASCO do Observatório Solar e Heliosférico (SOHO, na sigla em inglês), missão conjunta entre a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA).

Explosões solares não estavam direcionadas à Terra
Essa liberação de material não representa ameaça para a Terra, já que seguiu em direção oposta ao planeta. Apesar disso, a dimensão do fenômeno impressiona. Nas imagens, é possível ver imensos arcos de plasma se erguendo acima da superfície solar antes de se projetarem para o espaço.
“Meu Deus, vejam só esta linda erupção de proeminência acontecendo agora mesmo”, publicou o caçador de auroras Vincent Ledvina, no X. “Uma das melhores que já vi”.
Good God look as this gorgeous prominence eruption happening right now. One of the best I’ve ever seen. pic.twitter.com/L84sR2C42T
— Vincent Ledvina (@Vincent_Ledvina) August 20, 2025
“Estrutura espetacular e nós de plasma na grande CME da enorme proeminência eruptiva desta manhã!”, diz a postagem de Jure Atanackov, que também se descreve como caçador de auroras na rede social.
Spectacular structure and plasma knots in the big CME from the massive eruptive prominence this morning! pic.twitter.com/fmDl4XA7Mc
— Jure Atanackov (@JAtanackov) August 21, 2025
The absolutely spectacular eruptive prominence this morning will likely be one of the top events of Solar Cycle 25. What a blast! Unfortunately it will miss us completely. https://t.co/lGi0R5xKEK pic.twitter.com/9WZYkR7C8U
— Jure Atanackov (@JAtanackov) August 20, 2025
De acordo com o físico solar Ryan French, “um evento desta magnitude pode causar forte atividade de aurora se direcionado para a Terra, mas, infelizmente, este não foi”.
A stunning eruption of filament plasma from the Sun this morning! This size of event can cause strong aurora activity if directed towards Earth, but alas – this one was not. #spaceweather pic.twitter.com/nU83Mp8TgE
— Dr. Ryan French (@RyanJFrench) August 20, 2025
Poucas horas depois, houve outra erupção, desta vez na região nordeste do Sol. O SDO e o GOES-SUVI também registraram o processo, enquanto o SOHO confirmou uma nova ejeção de massa coronal. Pelo intervalo curto entre os dois eventos, percebe-se que a atividade solar estava intensa nesse dia.

Essas explosões estão relacionadas às chamadas proeminências solares, que são grandes arcos de plasma aquecido presos por campos magnéticos. Quando perdem a estabilidade, esses arcos podem liberar enormes quantidades de matéria, viajando por centenas de milhares de quilômetros além da superfície do Sol, segundo a NASA.
Como não estavam direcionadas para a Terra, além de não provocarem auroras, as erupções não trouxeram riscos a sistemas de comunicação ou energia. Mesmo assim, os registros são valiosos para a comunidade científica e representam dois dos episódios mais dramáticos do Ciclo Solar 25. Esse número se refere aos ciclos de 11 anos de atividade que foram acompanhados de perto pelos cientistas.
Eventos como esses ajudam a entender melhor como os campos magnéticos do Sol moldam o plasma e desencadeiam erupções, revelando detalhes importantes sobre o comportamento da nossa estrela hospedeira.
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Um flagrante preciso, raro e simplesmente espetacular. O fotógrafo norte-americano Andrew McCarthy registrou a Estação Espacial Internacional (ISS) passando na frente do Sol no exato instante em que uma erupção solar acontecia.
A foto foi feita no dia 15 de junho, no Deserto de Sonora, que se espalha pelo sudoeste dos EUA e noroeste do México. McCarthy viajou até lá com o plano de registrar o breve trânsito da ISS, o que, por si só, já é um desafio para qualquer astrofotógrafo. No entanto, ele acabou surpreendido por um bônus cósmico: uma explosão solar em pleno fundo da cena. Veja a imagem e saiba mais detalhes aqui.