Um acidente ambiental causado pelo vazamento de açúcar transportado por trens provocou a contaminação de cursos d’água e a morte de peixes no bairro Ponte Alta, em Morretes, no litoral do Paraná. De acordo com a prefeitura, cerca de 12 toneladas do produto teriam sido despejadas ao longo da linha férrea, sem que os órgãos ambientais fossem comunicados sobre o ocorrido. As informações são do G1.
O caso veio à tona após denúncias de moradores da região, que relataram a presença de peixes mortos em rios próximos à ferrovia. Um relatório do Instituto Água e Terra (IAT) aponta que o açúcar vazou de composições da concessionária Rumo. Técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente estiveram no local e identificaram grande quantidade de açúcar bruto espalhada diretamente sobre o solo em um trecho de aproximadamente 750 metros da faixa ferroviária.
Segundo o município, o material encontrado estava em avançado estado de decomposição, o que indica que o vazamento pode ter ocorrido há mais de dez dias. Apesar disso, o IAT não foi comunicado previamente sobre o acidente ambiental, o que, segundo a prefeitura, dificultou uma resposta mais rápida para evitar a contaminação dos recursos hídricos.
Durante a vistoria, os técnicos também constataram indícios de tentativa de ocultação do resíduo, com parte do açúcar soterrada por brita e coberta com cal virgem. A prefeitura alerta que, com a ocorrência de chuvas, o material pode ser carregado para rios, nascentes e áreas de captação, colocando em risco o abastecimento de água da população local.
Além dos cursos d’água, foram registrados peixes mortos em tanques de criação situados a até três quilômetros do ponto onde o açúcar foi encontrado. Diante da situação, a Prefeitura de Morretes notificou a concessionária por meio de um Auto de Constatação Ambiental, exigindo esclarecimentos e a adoção de medidas para conter os danos.
Em nota, a Rumo informou que realizou uma reunião técnica com a prefeitura e que atua na contenção e remoção do produto. A empresa afirmou que técnicos ambientais estão conduzindo análises, monitoramentos e executando procedimentos corretivos previstos no Plano de Ação de Emergência, além de apurar as causas do vazamento.
Paralelamente, o município iniciou o mapeamento dos rios, cursos d’água e das famílias possivelmente afetadas. A Defesa Civil passou a fornecer água potável aos moradores que ficaram sem acesso à água considerada própria para consumo.

