A Grande Inundação, lançado em 19 de dezembro de 2025 na Netflix, é o novo thriller sul-coreano dirigido por Kim Byung-woo. Com 1h46min de duração, o filme mistura ação, drama e ficção científica em uma narrativa de sobrevivência durante uma enchente catastrófica. Estrelado por Kim Da-mi, Park Hae-soo e Kim Kyu-na, ele promete tensão claustrofóbica em um complexo de apartamentos isolado. Mas o que começa como um desastre visceral vira um labirinto conceitual. Nesta análise, destrinchamos acertos e falhas para decidir se vale o play.

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Premissa ambiciosa que perde o rumo

O filme abre com uma enchente devastadora que isola um prédio em Seul. Hye-won (Kim Da-mi), uma mãe solteira, luta para proteger sua filha de uma água impiedosa que sobe rápido. Junto a vizinhos como o bombeiro aposentado Ji-seop (Park Hae-soo), eles enfrentam colapsos estruturais e pânico coletivo. A trama evoca o isolamento de Train to Busan, com foco na resiliência humana.

Logo, twists sci-fi surgem. Revelações sobre loops temporais e realidades alternativas complicam tudo. O que era uma corrida contra o tempo vira um quebra-cabeça filosófico sobre destino e escolha. Essa virada, elogiada no Festival de Busan por sua ousadia, divide opiniões. Críticos como os do The Guardian notam o prazer inicial, mas lamentam a fragilidade narrativa. Subtramas se acumulam sem resolução clara, alongando o que poderia ser conciso.

Elenco forte em meio ao caos

Kim Da-mi é o coração do filme. Como Hye-won, ela transmite desespero maternal com intensidade crua, ecoando sua performance em Itaewon Class. Seus olhares de pavor durante as inundações são hipnóticos. Park Hae-soo, de Squid Game, dá peso a Ji-seop, misturando estoicismo e vulnerabilidade. Sua química com Da-mi sustenta as cenas emocionais.

Kim Kyu-na, como a filha de Hye-won, impressiona pela maturidade, carregando diálogos sobre perda familiar. O elenco de apoio, incluindo atores locais em papéis de vizinhos histéricos, adiciona realismo. No entanto, personagens secundários evaporam após twists, desperdiçando potencial. Como aponta o South China Morning Post, Da-mi salva o que pode, mas o roteiro os deixa à deriva.

Direção visualmente impactante

Kim Byung-woo, de The Chase, domina a mise-en-scène. A fotografia captura o caos aquático com takes subaquáticos tensos e iluminação sombria que realça o pânico. Efeitos especiais, da enchente inicial ao sci-fi posterior, impressionam pelo orçamento modesto. Cenas de colapso no prédio evocam The Towering Inferno, com tensão palpável.

A trilha sonora, com batidas pulsantes, amplifica o suspense. Mas o ritmo falha no segundo ato. O que era claustrofóbico vira prolixo, com flashbacks repetitivos que diluem o impacto. Diretores como Bong Joon-ho equilibram gêneros melhor em Parasite; aqui, a transição para sci-fi parece forçada, como critica o Screen Anarchy.

Pontos fortes e limitações

Os visuais e atuações elevam o filme. A abertura é eletrizante, com sobrevivência visceral que prende. Twists surpreendem, forçando reflexões sobre tempo e arrependimento. Da-mi carrega o peso emocional, tornando Hye-won relatable.

Limitações abundam. A narrativa se complica sem payoff satisfatório, deixando subtramas soltas. Pacing lento no meio cansa, e o final, ambíguo, frustra mais que intriga. Como no Heaven of Horror, é “um pouco longo por repetições”. Orçamento limita ação externa, confinada ao prédio.

Vale a pena assistir A Grande Inundação?

A Grande Inundação diverte em doses. Perfeito para fãs de K-dramas sci-fi como Signal, com sua mistura de ação e mente. Os 1h46min passam rápido na tensão inicial, mas o sci-fi pode alienar quem busca puro desastre. Nota média de 3/5 no IMDb reflete o dividido: visualmente belo, narrativamente confuso.

Assista se curte twists coreanos ousados. Pule se prefere roteiros lineares. Na Netflix, é uma adição fresca para maratonas de fim de ano, mas não um must-watch. Prepare-se para elogiar Da-mi e questionar o enredo.

A Grande Inundação inunda de ambição, mas afoga em excessos. Kim Byung-woo entrega visuais cativantes e atuações sólidas, com Da-mi brilhando em meio ao caos. A premissa de sobrevivência sci-fi tem potencial, mas twists mal resolvidos e pacing irregular limitam o impacto. Em um ano de blockbusters K, é uma tentativa notável, mas não essencial. Vale para quem tolera confusão por emoção – caso contrário, flutue para outra opção no streaming.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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