Memorial e série especial relembram o maior desastre aéreo do Brasil desde 2007
Guilherme Celegato
Um ano após a queda do avião da Voepass, familiares e amigos das vítimas inauguraram neste sábado (9), em Vinhedo (SP), um memorial em homenagem aos passageiros e tripulantes que estavam a bordo do voo 2283. Também foram realizados um ato ecumênico — um culto religioso que contempla diversas crenças — e o plantio de árvores.
O acidente
A aeronave ATR 72-500 da Voepass/Latam caiu às 13h22 do dia 9 de agosto de 2024, no condomínio Residencial Recanto Florido, em Vinhedo, causando a morte de todas as 62 pessoas a bordo: 58 passageiros e quatro tripulantes.
O voo partiu às 11h58 do Aeroporto Coronel Adalberto Mendes da Silva, em Cascavel (PR), com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. De acordo com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB), a aeronave entrou, durante o voo, em uma região com condições meteorológicas propícias à formação de gelo severo.
“Às 13h21, cumprindo sua navegação aérea, a aeronave realizou uma curva à direita momentos antes da perda de controle, entrando em uma condição chamada stall, vindo a perder sua sustentação em voo”, informou o Cenipa.
“Como resultado, os pilotos perderam o controle da aeronave, que entrou em atitude anormal de voo, descrevendo giros em torno do seu eixo (parafuso chato), culminando em sua colisão com o solo em uma área residencial do município de Vinhedo (SP)”, acrescentou o centro de investigação.
O Cenipa destacou que, devido à complexidade técnica e multidimensional do evento, ainda não há data prevista para a conclusão da investigação. “O relatório final será publicado no menor prazo possível, com amplo acesso à sociedade no site oficial do centro.”
Segundo Luciano Katarinhuk, um dos advogados que representam as famílias das vítimas, a expectativa é que os responsáveis pela tragédia sejam identificados e punidos.
Voepass
Em nota, a Voepass Linhas Aéreas afirmou que a tragédia do voo 2283 foi “o episódio mais difícil” da história da empresa e que resultou em perdas irreparáveis. “Um ano depois, seguimos solidários às famílias das vítimas, compartilhando uma dor que permanece presente em nossa memória. Em mais de 30 anos de operações na aviação brasileira, jamais havíamos enfrentado um acidente.”
“Temos atuado de forma transparente junto às autoridades públicas e seguimos fortemente dedicados à resolução das questões indenizatórias o quanto antes, com estágio bastante avançado das indenizações restantes. Mantemos o suporte psicológico ativo e continuamos apoiando as homenagens realizadas pelas famílias ao longo deste ano”, diz o comunicado.