Cinco anos após a OMS declarar a Covid-19 uma pandemia global, o infectologista David Uip defende a responsabilização de autoridades públicas pelas mortes ocorridas no Brasil. Neste período, o mundo enfrentou mais de 700 milhões de infecções. No Brasil, cerca de 700 mil pessoas morreram. Quando a Covid-19 atingiu seu pico, em abril de 2021, chegaram a ser registrados mais de 3 mil óbitos a cada 24 horas.

Em entrevista à Rádio Eldorado, o ex-secretário estadual da Saúde de São Paulo enfatiza que a Covid-19 continua sendo um problema. “Estamos tendo novos casos, especialmente nas pessoas mais vulneráveis, e novas cepas estão surgindo”, alertou, ao citar o carnaval como possível foco de um novo ciclo de alta. Ele também mencionou o fenômeno do COVID rebote e o COVID prolongado, destacando as consequências duradouras da doença.

Davi Uip criticou a desinformação e os movimentos antivacina, que continuam fortalecidos após a pandemia e alimentados pela polarização do país “Tem uma porção de vigaristas falando mentiras. Isso causa um grande problema na saúde pública, porque enfrentar vigarista e mentiroso é uma coisa difícil, principalmente quando se enfrenta as redes sociais”, lamenta.

A gestão Bolsonaro, que teve três ministros à frente da Saúde, corroborou para o cenário desafiador. Segundo David Uip, após a saída dos médicos Luiz Mandetta e Nelson Teich, a condução de políticas públicas ‘foi um desastre’. “Aquele governo precisa ser dividido. Nelson Teich era um cientista muito bem intencionado, mas ficou um mês. A partir daí foi um desastre. Teve a contraindicação da vacina e a invenção de fatos alegóricos. O pior foi que São Paulo estava pronto para vacinar em setembro de 2020, mas só fomos aplicar a primeira dose em janeiro de 2021. Isso teve consequências”. A gestão do general Eduardo Pazuello priorizou o uso de medicamentos ineficazes contra a doença, como cloroquina, e o afrouxamento de medidas sanitárias.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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