O tufão Huajiasa, nomeado Ragasa internacionalmente, causou destruição em várias regiões da Ásia. Segundo o Centro Meteorológico Nacional da China, o tufão trouxe ventos fortes e chuvas intensas, exigindo ações preventivas de governos e empresas. Antes de sua chegada, companhias de seguros adotaram medidas de prevenção, utilizando big data, inteligência artificial (IA), Internet das Coisas (IoT) e outras tecnologias para fortalecer sistemas de mitigação de desastres.

Especialistas do setor apontam que a aplicação de tecnologia aumenta a precisão das medidas preventivas, reduz custos de indenização e melhora a rentabilidade das seguradoras. Além disso, contribui para a transição do modelo tradicional de compensação pós-desastre para a gestão proativa de riscos.

Preparação antecipada dos desastres

Enquanto a população adota medidas individuais, seguradoras chinesas implementam ações mais complexas, incluindo alertas preventivos, inspeções de risco, organização de recursos de resgate e planos de resposta durante o evento.

A PICC Property & Casualty, uma das maiores seguradoras de não-vida da China, ativou seu plano emergencial para grandes catástrofes. Filiais em Guangdong, Shenzhen e Hainan criaram 10 grupos de trabalho liderados por executivos, mobilizaram 200 profissionais de sinistros, 650 especialistas externos e peritos avaliadores, mais de 10 instituições de resgate, 77 drones, 340 veículos e 120 locais para preservação de veículos. Foram realizadas mais de 10 mil inspeções preventivas de clientes de seguros de automóveis, propriedades rurais e agrícolas.

A Ping An Insurance, uma das maiores seguradoras chinesas, coordenou suas subsidiárias, lançando planos de defesa e resposta emergencial. Até 23 de setembro, às 15h, a empresa enviou alertas preventivos com 72 horas de antecedência para mais de 20 milhões de clientes.

A CPIC Property Insurance, seguradora de grande porte com foco em seguros de propriedade e acidentes, mobilizou recursos de resgate especializados e estabeleceu um sistema de suprimentos em três níveis. Todos os recursos foram posicionados nas áreas estratégicas 24 horas antes da chegada do tufão. A empresa formou uma equipe integrada de prevenção e resposta, criando canais de redução de riscos que conectam suporte tecnológico, atendimento ao cliente e operações de campo.

Segundo Yang Fan, CEO da Beijing PaiPai Insurance, as seguradoras enviam alertas de risco a clientes e parceiros por canais digitais. Antes de tufões e chuvas fortes, guias de prevenção e recomendações personalizadas já se tornaram padrão no setor. Esse modelo combina prevenção, intervenção e indenização ágil, substituindo o tradicional enfoque exclusivo na compensação pós-desastre.

Intensificação do uso de tecnologia

O aumento de eventos climáticos extremos intensifica os riscos de desastres meteorológicos. Para enfrentá-los, seguradoras chinesas expandem a aplicação de tecnologia em sistemas de prevenção e mitigação.

A PICC desenvolveu a plataforma Wanxiang Cloud, atualizada digitalmente em 2025. Em parceria com a Administração Meteorológica da China, o sistema fortaleceu a resposta rápida a emergências e inovou nos serviços de inspeção de risco. A plataforma introduziu o serviço meteorológico “4P”, previsão, predição, alerta e prevenção, e firmou parceria com o Centro de Modificação Climática da China para desenvolver métodos de redução de riscos com chuva artificial e prevenção de granizo.

A Ping An implementou o mecanismo 5210, apoiado pelo sistema Eagle Eye, combinando ações online e offline:

  • 5 dias antes: início do alerta de risco;
  • 2 dias antes: verificação das medidas preventivas em filiais;
  • 1 dia antes: execução de checklist de seis itens críticos;
  • No dia do tufão: análise em tempo real e comando da resposta.

O Eagle Eye 3.0 oferece alertas de alagamento para automóveis, cruzando dados históricos de sinistros com inspeções e informações em tempo real. Offline, engenheiros visitam clientes de maior risco para suporte preventivo.

Perspectivas futuras

Yang Fan afirma que a tecnologia é o motor central da prevenção de riscos no setor de seguros. Big data, IA, IoT e sensoriamento remoto por satélite aumentam a precisão das previsões, reduzem custos e transformam seguradoras em gestores ativos de risco.

Ele projeta que os sistemas de prevenção evoluirão em três direções: maior inteligência, integração com cenários práticos e inserção no ecossistema nacional de governança e gestão de emergências.

Fonte: finance.sina.com.cn

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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