As mobilizações começaram ainda durante a madrugada. Alguns militares foram completamente retirados do território, outros vão permanecer posicionados nos pontos definidos no acordo. Espera-se que a saída dos militares fique fechada até ao final do dia. Israel controlará pouco mais da metade do território, cerca de 53%, a maior parte fora das áreas urbanas.

Abdel Kareem Hana
O exército israelita iniciou esta sexta-feira a retirada de Gaza em direção à chamada ‘linha amarela’, segundo o acordo de cessar-fogo em vigor, abandonando cidades como a capital e outras áreas urbanas.
Segundo confirmou a agência EFE no terreno, a retirada gradual das tropas permitiu que a população regressasse a bairros da Cidade de Gaza, como Tal al-Hawa e Sheikh Radwan, mas o movimento do sul para o norte do enclave continua proibido, com ataques de artilharia dissuasivos e vigilância por drones.
Esta madrugada, explosões atingiram Gaza e foram seguidas de uma nuvem de fumo. Os ataques aconteceram horas depois de Israel ter ratificado o acordo do cessar-fogo.

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As tropas continuam estacionadas em zonas militares como o Corredor Netzarim, que divide Gaza em duas partes, desde o Kibutz Beeri até ao Mediterrâneo, o Corredor Filadélfia e o Eixo Morag, a sul.
Esta retirada inicial deixa cerca de 53% da Faixa de Gaza sob controlo israelita, cobrindo uma área de aproximadamente 185 quilómetros quadrados. Durante a ofensiva, Israel controlou – quer como zona militar, quer sob ordem de evacuação forçada – mais de 80% do enclave.
A Defesa Civil de Gaza, em comunicado, voltou esta sexta-feira a instar os palestinianos a “não se aproximarem ou regressarem” às zonas onde as forças israelitas estavam estacionadas, especialmente as zonas fronteiriças da Cidade de Gaza, “até que as autoridades competentes anunciem oficialmente a retirada”.
“O incumprimento deste aviso coloca a sua vida em risco. Instamos todos a respeitá-lo para a sua segurança e para facilitar o trabalho das equipas de emergência”, acrescentou.
O Governo israelita ratificou na quinta-feira o acordo de paz inicial com o Hamas, que inclui a libertação de todos os reféns israelitas e a retirada parcial do Exército de Israel da Faixa de Gaza.
A ratificação do acordo era o último passo esperado para implementar os mecanismos previstos nesta primeira fase do plano lançado por Trump, que o Hamas também aceitou na madrugada de quinta-feira.