Siga o Olhar Digital no Google Discover

Conforme noticiado pelo Olhar Digital, uma região hiperativa do Sol lançou três erupções de classe X (o tipo mais poderoso que existe) em sequência no início desta semana. A ejeção de massa coronal (CME) lançada ao espaço pela primeira foi canibalizada pela segunda e atingiu intensamente a Terra na noite de terça-feira (11). Já o material disparado pela terceira explosão – a mais forte de 2025 – chegou menos potente que o esperado.

De acordo com a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, a CME atingiu o campo magnético da Terra às 16h17, pelo horário de Brasília, desta quarta-feira (12). O evento não foi forte o suficiente para repetir o espetáculo de auroras visto na noite anterior. A previsão de tempestade geomagnética severa (categoria G4) foi rebaixada para os níveis fraco a moderado, entre G2 e G3 – em uma escala que termina em G5.

O grupo de manchas solares AR4274 produziu três erupções do tipo X (o mais forte) em três dias, sendo esta acima a mais poderosa do ano. Crédito: NOAA/GOES

Vamos entender:

  • O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade;
  • Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;
  • Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;
  • No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas na superfície, que representam concentrações de energia;
  • À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;
  • De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela em jatos de plasma (também chamados de “ejeção de massa coronal” – CME);
  • As explosões são classificadas em um sistema de letras – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior;
  • A classe X denota os clarões de maior intensidade, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força;
  • Um X2 é duas vezes mais forte que um X1, um X3 é três vezes mais forte, e, assim, sucessivamente;
  • Como o Sol dá uma volta em seu próprio eixo a cada 27 dias, as manchas solares desaparecem de vista por determinado período, voltando em seguida a ser visíveis para a Terra.
Espetacular exibição de auroras coloridas ao norte da Baía de Hudson, no Canadá, causada por uma CME expelida pela maior erupção solar de 2025. Crédito: Matt Melnyk via Spaceweather.com

Atividade solar está diminuindo

Entre terça e quarta, o Sol registrou menos erupções – foram apenas 10 eventos leves de classe C, em contraste com 28 eventos de graus variados do dia anterior. O número reduziu mais nas últimas 24 horas, com apenas nove explosões fracas. Mesmo assim, sete regiões ativas seguem voltadas para a Terra. Isso significa que, embora a atividade tenha diminuído temporariamente, novas explosões mais intensas ainda são possíveis nos próximos dias.

De acordo com a plataforma de monitoramento do clima espacial EarthSky.org, o grupo de manchas solares AR4274 continua sendo a região mais preocupante. Ele apresenta uma configuração magnética complexa, classificada como beta-gama-delta – um dos sinais mais claros de potencial para novas explosões poderosas. Embora tenha mostrado leve crescimento, mantém fortes linhas de inversão de polaridade, o que pode gerar novas erupções das classes M (moderada) ou X (forte).

Outra área, a AR4276, perdeu parte de sua complexidade e agora é classificada apenas como beta, apresentando duas erupções fracas de classe C. As demais regiões permanecem estáveis ou em lento processo de decaimento, sem grandes variações magnéticas. Um novo sistema ativo surgiu recentemente no quadrante sudoeste do Sol e recebeu a numeração AR4291.

Imagem mostra a atividade solar – com as regiões mais ativas rotuladas – à 1h da manhã (horário de Brasília) desta quinta-feira (13), vista do Observatório Solar de Learmonth, na Austrália. Créditos: NSO/GONG via EarthSky.org

Leia mais:

O que esperar dos próximos dias

Além das erupções de classe X, duas novas CMEs associadas a explosões de classe M, registradas nesta quarta, também estão a caminho da Terra. Segundo as previsões, devem chegar no sábado (15), podendo causar novas perturbações no campo magnético terrestre.

Para esta quinta-feira (13), a previsão indica continuidade de tempestades de intensidade leve a forte (G1 a G3), com gradual enfraquecimento até o meio do dia. A aurora boreal ainda poderá ser vista em áreas ao norte dos EUA, no Canadá e no Reino Unido. Na sexta-feira (14), a tendência é de normalização, com o vento solar retornando a velocidades de 400 a 500 km/s e a Terra saindo da zona de maior influência solar.


Source link

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *