A TotalEnergies, grande empresa francesa de energia, concentra-se em adquirir uma participação de 50% na plataforma flexível de geração de energia do grupo tcheco EPH na Europa Ocidental, em uma transação de € 5,1 bilhões, em linha com seu objetivo maior de se tornar um dos principais players integrados de eletricidade da região.
A mudança fará com que a EPH, de propriedade majoritária do bilionário tcheco Daniel Křetínský, receba ações da TotalEnergies no mesmo valor, tornando-se um dos maiores acionistas da empresa francesa, com cerca de 4,1% de seu capital.
O acordo visa a mudança profunda da TotalEnergies para equilibrar a capacidade de energia renovável com sistemas de energia flexíveis que possam atender à crescente demanda de eletricidade de setores intensivos em energia, incluindo a expansão da infraestrutura de data center.
A empresa disse que a parceria com a EPH marca um avanço significativo em sua estratégia de Energia Integrada, visando fornecer energia confiável e de baixo carbono nos principais mercados europeus.
Estratégia construída em torno de energias renováveis e geração flexível
“Esta aquisição representa outro marco importante na estratégia da TotalEnergies de construir um player integrado de eletricidade na Europa”, Patrick Pouyanné, presidente e CEO da TotalEnergies.
“Ao unir forças com a EPH como parte de uma parceria de longo prazo, estamos acelerando a implementação de nossa estratégia de Energia Integrada e fortalecendo nossa capacidade de fornecer energia confiável, competitiva e de baixo carbono aos nossos clientes, alavancando a complementaridade de nosso portfólio renovável e flexgen”, disse ele.
Ao combinar seu pipeline de energia renovável com os ativos de geração renováveis e flexíveis da EPH, a TotalEnergies visa melhorar sua capacidade de gerenciamento da produção renovável e, ao mesmo tempo, estabilizar ou fornecer eletricidade.
Sob o acordo, as empresas formarão uma joint venture 50-50 supervisionando mais de 14 GW de ativos de geração flexíveis em operação ou em construção.
O portfólio inclui usinas de gás, usinas de biomassa e ativos de armazenamento de baterias, com receitas de capacidade garantida representando cerca de 40% da margem bruta.
Essa estrutura de receita, disse a TotalEnergies, fornece uma base estável para expandir seus negócios de energia nos mercados mais lucrativos da região.
A Itália representa a maior parcela do portfólio, com 7,5 GW de capacidade em projetos operacionais, em construção e planejados.
O Reino Unido e a Irlanda juntos economizam com 7,1 GW, enquanto a Holanda adiciona 3,6 GW vinculados a usinas de gás estrategicamente localizadas para atender à demanda da vizinha Alemanha.
A França contribui com 1,1 GW, em grande parte por meio de projetos de baterias que estão sendo construídas.
Cerca de 5 GW de projetos adicionais permanecem em desenvolvimento e serão priorizados por meio da joint venture, pois ambas as empresas buscam acelerar o crescimento da geração flexível.
Aumento do fluxo de caixa e orientação de capex revisada
A TotalEnergies espera que a transação traga benefícios imediatos ao seu desempenho financeiro.
Nos próximos cinco anos, prevê um aumento de cerca de US$ 750 milhões por ano no fluxo de caixa disponível – um valor que a empresa diz ultrapassar em muito a exigência de dividendos adicionais às ações recém-emitidas.
Espera-se que o acordo aumente o fluxo de caixa livre por ação desde o início e antecipe a contribuição positiva de caixa do segmento Energia Integrada para 2027, antes do previsto anteriormente.
A empresa também revisou seus planos de despesas de capital, aumentando a orientação anual de capex líquido em US$ 1 bilhão para US$ 14–16 bilhões por ano para 2026–2030.
Desse total, cerca de US$ 2 a 3 bilhões anuais serão direcionados para os segmentos de Energia Integrada, permitindo que a TotalEnergies mantenha sua meta de gerar 100 a 120 TWh de eletricidade até 2030.
A conclusão da transação, que está sujeita às aprovações regulamentares, está prevista para meados de 2026.
