Advogado britânico foi afastado após tensões com fundo financiador; substituta interina, Alicia Alinia, é confirmada como nova CEO

Depois de ter sido afastado em agosto, o advogado Thomas (Tom) Goodhead deixou oficialmente o escritório Pogust Goodhead, firma que fundou em 2018 e que conduz a maior ação coletiva internacional relacionada ao rompimento da barragem de Mariana (MG), em 2015. O processo pede cerca de 36 bilhões de libras (R$ 257,4 bilhões na cotação atual) contra a mineradora BHP Billiton, representando 640 mil vítimas do desastre.


A saída foi formalizada no último dia 23 de setembro, em documento publicado no Companies House, registro comercial britânico. O formulário informa que o mandato de Goodhead terminou oficialmente em 11 de setembro de 2025.

Tom Goodhead já havia sido afastado após tensões internas com o fundo americano Gramercy, principal financiador da ação. O escritório também perdeu outro nome histórico: Harris Pogust, cofundador, deixou a firma em dezembro de 2024.


No lugar de Goodhead, foi confirmada a advogada Alicia Alinia, que atuava interinamente, como nova CEO. Em nota, o presidente do Conselho, Howard Morris, afirmou que a empresa entra em “um novo capítulo” e que está “mais focada do que nunca em assegurar estabilidade, clareza e direção”.

O caso contra a BHP segue em andamento no Tribunal de Tecnologia e Construção da Alta Corte de Londres. A juíza Finola O’Farrell já concluiu a primeira fase, que analisou a responsabilidade da mineradora, em março de 2025. A decisão deve ser divulgada nos próximos meses.


Se a responsabilidade da empresa for confirmada, a segunda fase do julgamento, marcada para outubro de 2026, irá quantificar os danos e definir as indenizações.

O processo tem atraído atenção internacional também pelo montante envolvido: o fundo Gramercy já investiu mais de 450 milhões de libras para financiar a ação, em um dos maiores aportes já feitos em litígios coletivos no Reino Unido.


O rompimento da barragem de Fundão, operada pela Samarco (joint venture da Vale e BHP), deixou 19 mortos, desalojou milhares de pessoas e causou severos danos ambientais na Bacia do Rio Doce. A reparação segue em disputa judicial em diversos países.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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