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Mesmo 8 anos após sua conclusão, The Leftovers ainda proporciona uma experiência transformadora. A série, atualmente disponível na HBO Max, usa a fé para abordar a ansiedade do nosso tempo como poucas, ou nenhuma, produção chegou perto de fazer. Estou falando de algo que vai mudar sua vida, independentemente da escala.
A trama nos apresenta a uma sociedade ferida por um desastre repentino: 2% da população mundial some sem qualquer explicação. Seria o arrebatamento? Eles simplesmente morreram? Ninguém sabe. Com o evento, o mundo se fragmenta, seitas são criadas e o papel da fé é questionado.

No centro de tudo está um casal: uma mulher que perdeu tudo e está desesperada para acreditar em algo que a mantenha confortável, e um homem quebrado e cético, cujo foco é tentar sobreviver à própria cabeça um dia após o outro.
Usando esses dois arquétipos principais, The Leftovers abraça o fantástico/fantasioso na mesma escala que o questiona. Você, como espectador, é obrigado a fazer parte da história escolhendo acreditar ou não nas explicações que são fornecidas.
Com o tempo, no entanto, você vai sentir que essas explicações são cada vez menos necessárias. É durante esse processo que você começa a entender a verdadeira mensagem da série.
The Leftovers é uma história sobre seguir em frente. É sobre perceber que o divino está no simples, nos pequenos momentos que só nos damos conta de que vamos sentir falta quando não os temos mais.
No final, há uma explicação do porquê os 2% sumiram e para onde eles foram. Você, no entanto, nunca vê como tudo aconteceu. Se você realmente precisar da explicação, terá que ter fé nela. Se não precisar, todo o desastre ficará para trás e, como um dos personagens principais, você só vai querer continuar vivendo esses pequenos e divinos momentos da vida ao lado de quem ama.


A série, criada por Damon Lindelof e Tom Perrotta, vai te transformar em uma pessoa mais compreensiva e empática. Para além disso, vai depender da sua experiência com o que é provocado.
Em The Leftovers, assim como na vida, tudo parece simples e complexo ao mesmo tempo: nada tem resposta, tudo tem resposta, e acaba.