Os residentes da cidade vizinha de Omdurman disseram que as explosões ocorreram perto de uma base militar e de uma central elétrica, provocando cortes de energia.

Outras testemunhas em Atbara, 300 quilómetros mais a norte, relataram ter visto aparelhos aéreos não tripulados, conhecidos como ‘drones’ – alvejados por sistemas de defesa aérea.

Após terem capturado a cidade de Al-Fashir, no oeste do Sudão, a 26 de outubro, os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) parecem estar a dirigir a ofensiva para a região de Kordofan (centro) e para Cartum.

A capital tem gozado de uma relativa calma desde que o exército retomou o controlo, em março, mas os ataques com ‘drones’ das RSF continuaram contra alvos militares e civis.

Um residente de Omdurman, que pediu à AFP para não ser identificado, por motivos de segurança, disse ter sido “acordado por volta das duas da manhã [meia-noite em Lisboa] pelo som de tiros antiaéreos, seguido de explosões perto da base militar de Wadi Sayidna”.

Outro residente do noroeste da cidade disse que “ouviu um ‘drone’ no céu por volta das quatro da manhã [02:00 em Lisboa], antes de uma explosão” perto de uma central elétrica, que provocou um apagão.

Em Atbara, cidade no norte controlada pelo exército, um residente disse que vários ‘drones’ “apareceram sobre a cidade pouco depois das três da manhã [01:00 en Lisboa]”.

“As defesas aéreas abateram-nos, mas vi incêndios a começar e ouvi explosões no leste da cidade”, testemunhou o homem, que também falou não quis ser identificado por motivos de segurança.

“Vi dez ‘drones’ sobre a cidade, e as defesas aéreas estavam a abater um a um”, disse outro residente de Atbara, que também viu “incêndios no leste da cidade”.

Não foram até ao momento relatadas quaisquer vítimas mortais ou feridos e nem o exército nem as Forças RSF comentaram os ataques.

Os paramilitares, que estão em guerra com o exército sudanês desde abril de 2023, anunciaram na quinta-feira que concordaram com uma proposta de tréguas humanitária apresentada pelos países mediadores.

A proposta do chamado grupo Quad, que inclui a Arábia Saudita, os Estados Unidos, o Egito e os Emirados Árabes Unidos, estipula uma trégua humanitária de três meses, disse à AFP na quinta-feira um alto funcionário saudita, que não se quis identificar.

No mesmo dia, o Conselho dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que vai reunir-se a 14 de novembro para examinar “a situação dos direitos humanos” em Al-Fashir.

A ONU denunciou massacres, violações, pilhagens e deslocamentos em massa da população da cidade.

Mais de 71 mil civis fugiram de Al-Fashir e cerca de 12 mil pessoas chegaram à cidade vizinha de Tawila, que fica a 70 quilómetros, de acordo com as Nações Unidas.

Mais de 40 mil pessoas foram mortas desde o início da guerra civil no Sudão, segundo a ONU. Os combates forçaram mais de 14 milhões de pessoas a deixar as suas casas e alimentaram surtos de doenças.

Leia Também: Emirados Árabes apoiam um cessar-fogo e condenam crimes em Al-Fashir

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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