Pesquisadores anunciaram a primeira fotografia dos restos de uma anã branca que explodiu duas vezes, confirmando uma teoria antiga sobre supernovas Tipo Ia. O feito foi realizado com o Very Large Telescope, no Chile, e os resultados foram publicados na revista Nature Astronomy.
A anã branca estudada, que se tornou uma supernova chamada SNR 0509-67.5, explodiu há centenas de anos. Essas estrelas, que surgem após o esgotamento do combustível de astros semelhantes ao Sol, podem se tornar explosivas ao acumular material de estrelas próximas. Essa interação pode levar a explosões que ajudam a entender a expansão do Universo.
Os cientistas identificaram duas camadas de cálcio nos destroços da supernova, evidenciando as duas explosões. A primeira ocorreu quando a anã branca começou a sugar hélio de uma estrela companheira, resultando em uma explosão inicial. Essa explosão gerou uma onda de choque que desencadeou uma segunda detonação, mais intensa, que destruiu completamente a estrela.
Ivo Seitenzahl, um dos pesquisadores, destacou que essa evidência visual é um avanço significativo na compreensão do processo de explosão das anãs brancas. A pesquisa não apenas elucida um mistério de longa data, mas também oferece um espetáculo visual impressionante.
As supernovas Tipo Ia são fundamentais para a astronomia, pois atuam como faróis cósmicos, permitindo que os cientistas calculem distâncias no espaço. Essas explosões são responsáveis pela criação de elementos pesados, como o ferro, essenciais para a formação de planetas e para a vida na Terra. A descoberta promete aprofundar o estudo sobre esses fenômenos e suas implicações no entendimento do cosmos.