
Um sistema desenvolvido no sul do Estado promete mudar a forma como as cidades lidam com a água da chuva. A tecnologia, apresentada durante um congresso na Universidade Federal do Rio Grande (Furg), já tem sua primeira implantação confirmada em Camaquã.
O projeto foi encabeçado pelo engenheiro rio-grandino Walter Borges, que em abril deste ano recebeu a carta-patente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), confirmando a sua autoria sobre a tecnologia.
Diferente da drenagem tradicional, que direciona a água para rios e mares, o novo modelo coleta, infiltra e conduz a chuva diretamente para o solo. A proposta reduz risco de alagamentos, contribui para recarregar o lençol freático e evita contaminação causada por esgoto clandestino.
Segundo os criadores, o sistema permite até 80% de permeabilidade do solo e elimina o envio de resíduos para lagos, rios e oceano. Após passar por tratamento, a água também pode ser reaproveitada. Em 2020, uma estrutura foi instalada em Rio Grande para testes.
Walter explica que a ideia é “naturalizar o caminho da água”, evitando que grandes volumes se acumulem no sistema urbano de drenagem e causem enchentes.
— O projeto contempla a necessidade de conter a água da chuva. Nós estamos tentando naturalizar a forma em que a chuva vem e onde a chuva fica. Ele impede que imediatamente a cidade alague sugando a água para o lençol freático — explica.
A estrutura já está montada em Camaquã, mas começa a funcionar oficialmente em abril de 2026. De acordo com Walter, outras 18 cidades já estão em negociação para adotar a tecnologia.
