Pesquisadores em astronomia anunciaram que podem ter testemunhado um fenômeno cósmico extremamente raro e até hoje apenas teorizado pelos cientistas: a chamada superkilonova, uma explosão dupla que combina duas das mais poderosas explosões estelares conhecidas. O registro de um evento dessa natureza foi publicado em um estudo no dia 15 de dezembro de 2025 na revista The Astrophysical Journal Letters e pode ser o primeiro de seu tipo já observado no universo.

O fenômeno registrado, apelidado de AT2025ulz, teria começado com a explosão de uma estrela massiva em uma supernova em meados de agosto de 2025. Supernovas são explosões finais de estrelas muito maiores que o Sol, quando elas esgotam o combustível nuclear e colapsam sob sua própria gravidade. Esse tipo de evento é comum no cosmos e responsável por dispersar elementos como ferro e carbono pelo espaço.

Superkilonova

A peculiaridade do caso AT2025ulz está no que veio em seguida: os restos dessa primeira explosão parecem ter dado origem a dois núcleos extremamente densos, conhecidos como estrelas de nêutrons, que então teriam se fundido rapidamente, desencadeando uma segunda explosão do tipo kilonova. Kilonovas ocorrem quando dois desses objetos remanescentes de supernovas colidem e liberam energia imensa, gerando ondas gravitacionais e formando elementos ainda mais pesados, como ouro e platina.

Essa sequência — uma supernova seguida pela fusão dos restos em uma kilonova — é o que caracteriza o fenômeno batizado de superkilonova, que combina os mecanismos de ambos os tipos de explosões em um único evento astronômico. A detecção foi possível graças à colaboração entre observatórios que captaram sinais de ondas gravitacionais simultaneamente com observações eletromagnéticas, incluindo luz visível e outros comprimentos de onda, o que deu aos pesquisadores um conjunto de dados robusto para análise, repercute a Smithsonian Magazine.

Embora ainda não exista confirmação definitiva de que o evento realmente represente uma superkilonova, as evidências já reunidas desafiam os modelos tradicionais e ampliam a compreensão sobre como estrelas extremamente massivas podem morrer de maneiras complexas e inesperadas. A detecção de AT2025ulz ocorre a cerca de 1,3 bilhão de anos-luz da Terra, e sua assinatura luminosa foi inicialmente semelhante à observada em outra kilonova histórica registrada em 2017, mas com diferenças que sugerem um processo mais complexo em andamento.

A hipótese principal é que a estrela que desencadeou AT2025ulz tenha produzido dois núcleos de estrela de nêutrons ao invés de apenas um, possivelmente por processos de fragmentação no colapso do núcleo estelar. Esses dois restos de estrela então se orbitariam e se fundiriam rapidamente, gerando o segundo tipo de explosão. Essa combinação de eventos apoiaria a ideia de que as superkilonovas, embora extremamente raras, podem ser reais e observáveis com a atual geração de instrumentos astronômicos.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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