O Olhar Digital transmite o décimo lançamento da Starship. A live é comandada pelo editor de Ciência e Espaço do nosso site, Lucas Soares, e pelo astrônomo Marcelo Zurita. Acompanhe!

Lançamento já tinha sido adiado

Marcado originalmente para o domingo, o lançamento foi suspenso cerca de 17 minutos antes do horário previsto. “Cancelando o décimo voo da Starship programado para hoje, para permitir tempo de solucionar um problema nos sistemas de solo”, diz o breve comunicado publicado às 20h13 (pelo horário de Brasília). Essa decisão foi tomada logo após a SpaceX começar a abastecer os dois estágios do foguete com propelente de metano líquido.

Segundo a SpaceX, após a conclusão das investigações sobre a perda da Starship em seu nono teste de voo e sobre a anomalia durante um teste no solo, foram implementadas alterações de hardware e procedimentos operacionais para aumentar a confiabilidade da nave.

Quais os objetivos desse voo da Starship?

Segundo a SpaceX, após a conclusão das investigações sobre a perda da Starship em seu nono teste de voo e a anomalia durante um teste no solo, foram feitas alterações de hardware e operação para aumentar a confiabilidade da nave.

Neste voo, o objetivo é ampliar ainda mais os testes do booster Super Heavy, com múltiplas queimas de combustível planejadas.

Estágio superior do foguete Starship realizando queima do motor durante o voo 7 antes de enfrentar uma rápida desmontagem não programada – vulgo “explosão”; algo semelhante ocorreu no voo 8 (Imagem: Reprodução/X/Elon Musk)

Também serão repetidos objetivos semelhantes aos de missões anteriores, incluindo o primeiro lançamento de carga útil da Starship e múltiplos experimentos de reentrada.

O propulsor, neste voo de teste, realizará vários experimentos para coletar dados de desempenho em condições reais, tanto em perfis de voo futuros quanto em cenários fora do padrão.

Como na última vez, o propulsor Super Heavy conduzirá esses experimentos enquanto estiver em trajetória para um ponto de pouso no Golfo do México, em alto-mar, e não retornará ao local de lançamento para pouso, como ocorreu em testes anteriores.

Lançamento ocorreu na base da SpaceX no Texas (EUA)(Imagem: SpaceX/Reprodução)

Após a separação dos estágios, o propulsor girará numa direção controlada antes de iniciar a queima de boostback. Essa manobra foi demonstrada pela primeira vez no Voo 9 e exige menos propelente em reserva, permitindo o uso de mais combustível durante a subida para que uma massa adicional de carga útil entre em órbita.

Já o estágio superior da Starship terá múltiplos objetivos no espaço, incluindo a implantação de oito simuladores Starlink, de tamanho semelhante aos satélites Starlink de próxima geração. Os simuladores seguirão a mesma trajetória suborbital da Starship e serão desativados após a reentrada na atmosfera. Também está previsto a reignição de um único motor Raptor em órbita.

Um número significativo de placas foi removido da espaçonave visando testar áreas vulneráveis ​​em todo o veículo durante a reentrada na atmosfera, o que poderia permitir que o estágio superior retornasse ao local de lançamento – etapa que deve acontecer em testes futuros. Diversas opções de placas metálicas, incluindo uma com resfriamento ativo, testariam materiais alternativos para proteger a Starship durante esse momento turbulento.

O perfil de reentrada da Starship foi projetado para estressar, intencionalmente, os limites estruturais dos flaps traseiros do estágio superior enquanto estivesse no ponto de pressão dinâmica máxima de entrada.

“Os testes de voo continuam a fornecer aprendizados valiosos para embasar o projeto da próxima geração de veículos Starship e Super Heavy”, diz a SpaceX em um comunicado. Segundo a empresa, “com a produção acelerada na Starfactory, na Starbase, e a construção de uma nova infraestrutura de lançamento e testes no Texas e na Flórida, a Starship está pronta para continuar a iterar rumo a um sistema de lançamento rápido e totalmente reutilizável”.

Histórico de voos do megafoguete da SpaceX

Relembre, abaixo, os nove voos de teste do complexo veicular Starship.

Abril de 2023

A Starship explodiu ainda acoplada ao Super Heavy. Falhas nos motores ativaram um sistema de destruição da espaçonave.

Novembro de 2023

A Starship se separou do Super Heavy e o propulsor explodiu. Na ocasião, a SpaceX identificou a necessidade de realizar 17 correções no megafoguete. A nave, que perdeu sinal após 8 minutos e 30 segundos, explodiu ao entrar em órbita.

Março de 2024

Em um grande avanço, o terceiro teste durou 50 minutos. A Starship foi destruída, mas nunca tinha ido tão longe. Apesar do sucesso da decolagem, a equipe perdeu o contato com a nave pouco antes do horário previsto para o pouso.

Junho de 2024

Pela primeira vez, a Starship pousou no Oceano Índico e, o Super Heavy, no Golfo do México, como planejado.

Outubro de 2024

Pela primeira vez, vimos um foguete dar ré! O quinto teste de voo da Starship tinha como meta dar mais um passo em direção à reutilização completa e rápida do veículo. Para isso, a SpaceX planejou o primeiro retorno ao local de lançamento e captura do propulsor Super Heavy, além de outra reentrada controlada da Starship — um mergulho no alvo definido, que fica no Oceano Índico. Sucesso!

Novembro de 2024

Mais um voo de sucesso! Contudo, o propulsor foi redirecionado para um mergulho controlado no Golfo do México. Por outro lado, ao ser capaz de acionar um de seus seis motores no espaço, a nave deu um passo crucial para missões futuras.

Janeiro de 2025

O sétimo voo da Starship não foi do jeito que pensávamos e resultou em uma explosão – mas a SpaceX garante já ter desvendado o problema do lançamento.

Março de 2025

O oitavo voo da Starship não saiu como planejado. Após cerca de oito minutos do lançamento, o estágio superior do foguete começou a girar descontroladamente e perder altitude, o que resultou em uma explosão.

Maio de 2025

Pouco mais de 80 dias após o oitavo lançamento, o Starship decolou novamente. Esta foi a primeira vez que um propulsor Super Heavy foi reutilizado (o mesmo modelo que voou no sétimo teste). Uma falha geral impediu que o booster realizasse alguns testes programados para a subida e a descida. Já o estágio superior atingiu a trajetória suborbital planejada para cumprir as metas pendentes dos voos anteriores, mas também enfrentou problemas e acabou girando descontroladamente no espaço, o que acionou a autodestruição.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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