Estudo da UFMG revela que 70% dos domicílios da cidade relatam adoecimento físico ou mental, enquanto 52% dos adultos buscam tratamento psicológico após a tragédia da Vale.
Sete anos após a tragédia de Brumadinho, a comunidade enfrenta persistentes problemas de saúde mental e física, com metade dos adultos buscando apoio psicológico.
Faltando pouco menos de dois meses para completar sete anos do rompimento da barragem de rejeitos Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais, a cidade ainda luta contra as profundas cicatrizes deixadas pela tragédia. O desastre, que vitimou 272 pessoas e causou um impacto socioambiental sem precedentes, continua a afetar a saúde e o bem-estar da população de forma estrutural e persistente, conforme revelam novos dados.
Um estudo abrangente da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), realizado por pesquisadores do Projeto Brumadinho, trouxe à tona a gravidade da situação. A pesquisa aponta que impressionantes 70% dos domicílios do município relatam algum tipo de adoecimento físico ou mental, um indicador alarmante de que os efeitos do desastre estão longe de serem superados.
Saúdes Mental e Física em Xeque
Os impactos na saúde mental são particularmente preocupantes. Sintomas como estresse, insônia, ansiedade e episódios depressivos continuam a ser recorrentes na comunidade.
Desde a tragédia, 52% dos adultos de Brumadinho passaram por algum tipo de tratamento psicológico ou psiquiátrico, evidenciando a necessidade contínua de suporte e acompanhamento especializado para lidar com o trauma e suas consequências.
Além dos problemas mentais, a saúde física também foi severamente comprometida. Embora o texto fornecido não detalhe os tipos específicos de adoecimento físico, a menção geral a “adoecimento físico ou mental” sugere uma gama ampla de problemas de saúde que persistem na população.
A Vale, empresa responsável pela barragem, permanece no centro das discussões sobre as responsabilidades e as ações de reparação.
A persistência desses problemas de saúde, sete anos após o ocorrido, sublinha a complexidade e a longevidade dos impactos de grandes desastres ambientais. A comunidade de Brumadinho continua a buscar justiça e reparação, enquanto lida diariamente com as consequências de um evento que marcou profundamente suas vidas e a paisagem local.
A necessidade de um novo protocolo de saúde, como apontado por famílias em relação à presença de metais pesados, reforça a urgência de ações contínuas e eficazes para a recuperação plena da região.
